sexta-feira, agosto 29, 2008

Pssiu! Respeito pelo vitoriano Cribb!


De dentro do baú das coisas velhas (boas) da antiga RTP têm vindo a surgir revisitações dignas de nota, mormente por mão da RTP Memória (mesmo assim muito subaproveitada). Há pouquíssimos dias, eis que surge à minha frente a figura áspera e ao mesmo tempo cómica do Sg. Detective Cribb, 'a' composição da vida do actor Alan Dobie, em série da saudosa Granada TV. A não perder!

Em ressaca de cerveja (4)



Na 'panafernália' diária (diurna e nocturna) de espectáculos musicais e visuais que fazem vibrar ainda mais a cidade de Praga, o teato de luz e sombras é um doa mais populares. Desconfiando da 'recomendação' de guia especializado do primeiro dos teatros, ficou resolvido, talvez pela proximidade da sala, uma ida ao Ta Fantastika, para ver o espectáculo «Aspects of Alice», baseado, como é óbvio na obra de Carroll, mas acompanhada de música de Dvorák e Smetana, e números de magia acrobática muito imaginativos. Tempo e dinheiro bem empregues. O pior foi no dia a seguir, altura em que me apercebi de que numa sala fabulosa, defronte à Casa Municipal também havia luz e sombra, sob o tema dos mitos e monstros de Praga ... não havia era tempo para nova sessão.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Aviso à navegação



Os incautos que tomem nota do seguinte: essa coisa que anda por aí nas salas de cinema, dizendo-se de múmia, misturando chinesices e kung-fu com sarcófagos e maldições, é mesmo de evitar. Aliás, múmia só há uma, a de Carl Laemmle e Karl Freund, de 1932, e mais nenhuma - ainda se tentou uma remake de sucesso com Cushing & Lee, em 1959, mas a que vale é a de Karloff: insuperável. O resto é pura palhaçada.

Anteontem, revendo pela enésima vez:




«The Deadly Affair» (1966)

Esse extraordinário filme de espionagem, de Lumet, com base em Le Carré, e com um elenco de luxo, liderado por um James Mason em estado de graça, que permite que o filme tenha coisas sublimes como aquela cena de amor-ódio entre marido e mulher, numa sequência espantosa de planos curtos, em close up, entre fecha e abre portas, num prodígio de encenação. A acompanhar tudo isto uma linda canção de Bossa Nova. Outros tempos, outros tempos.

Em ressaca de cerveja (3)


Praga tem muitos heróis e mitos, de 'n' Venceslaus (santos, guerreiros, presidentes, resistentes, etc.) a Golems dos mais variados feitios [os manipanços que as lojas das sinagogas vendem (imagem em baixo) são de truz e fariam corar de vergonha não só Meyrinck e Weggener, mas o próprio rabino Loew!]. mas a ter que elegeruma figura de Praga seria Mucha. É verdadeiramente espantosa a sua obra, de vitrais a posters, de aguarelas a sêlos de correios. Pena o seu museu não ser melhor.

Ficam, no entanto, os seus painéis para um museu que o não é: a Casa Municipal. Seja como for, este reclame à Medeia com Sarah Bernard tem lugar reservado no hall de entrada (é cópia, claro, e depois?).

quarta-feira, agosto 27, 2008

Enquanto isso, Ambrose Bierce


Faz-nos entrar na pele de Peyton Farquhar , dependurado da forca, escapando miraculosamente de balas e salvas de canhão, correntes de rio e troncos despedaçados como se de um sonho se tratasse. Tanta correria porquê? Há muito que estava no outro mundo, de garganta estrangulada, baloiçando na forca. Era só um último devaneio.

Em ressaca de cerveja (2)


Momento inolvidável o de entrar, sentar e assistir ao musical bem disposto «Mamma Mia» (excelente revisitação da quase totalidade das inesquecíveis canções dos ABBA - que saudades da Agnetha! - e que bela surpresa de Meryl Streep!), à luz difusa de abatjours de época, no meio de uma sala, o Cinema Lucerna, que perfaz 100 anos, linda, linda de morrer, no prédio homónimo cuja autoria é de um ante-passado do ex-presidente Havel. Coisas destas fazem-me pele de galinha.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Em ressaca de cerveja (1)


Desde o primeiro andar deste simpaticíssimo U Zlate Studny se gizaram e cumpriram percursos e itinerários que redundaram em visita a mais de 30 templos (entre sinagogas, igrejas e conventos), parques abundantemente verdes, cidades termais, teatros de luz e sombra, toponímios artísticos, e bizarrias várias, a começar pelo que se julga ser o berço de Golem e a acabar, ao fim da noite, na mesa corrida do tigre dourado, barulhento e ébrio.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Domingo, o rei faz anos



«Le Roi Danse» (2002)

E, subsequentemente, entrará de férias por duas semanas. emaranhando-se por entre as alquimias do Rabino Loew e as águas de Carlsbad e Marienbad.

Ontem, em Campolide:


«The Inside Man» (1998)

Who ever heard of a bank robbers escaping on a plane with fifty hostages? Why? I don't know.

quinta-feira, agosto 07, 2008

«Life Lessons» (1989)






Scorsese e Nick Nolte ao seu melhor nível. Pinceladas de vida. Fétichismo por todo o lado. E um dos meus bocados de película preferidos, não fora estar acompanhado pelo indescritível hino dos Procol Harum, «A Whiter Shade of Pale» (1967).

Ainda sem plásticas mas já ...


Com gosto pela pancadaria e pelas artes marciais, Angelina Jolie fazia de «Cyborg 2» (1993) num canal de televisão. Vale muito mais agora!

quarta-feira, agosto 06, 2008

Enquanto isso, o telégrafo chegava ...


E Randolph Scott era morto pelo malvado do meio-irmão, que depois seria morto por Robert Young, que, todavia, não fica claro fique com a rapariga no final. Tudo, mais índios e muita cor e acção, no segundo filme de mestre Lang pelas Américas. Às vezes, na RTP dos saudosistas.

Alguém estava lá?


No baile do 4 de Julho de 1921, em pleno salão de festas do Hotel Overlook?

terça-feira, agosto 05, 2008

Em contagem decrescente para o Vltava (5)



Um pulinho ao «Último Ano em Marienbad», de Resnais, se as carreiras das camionetas o permitirem e o jardim ainda estiver na mesma.

Em contagem decrescente para o Vltava (4)


Em busca do restaurante do aquário, que se estilhaça em mil fanicos em «Missão Impossível».

Em contagem decrescente para o Vltava (3)


Irei certificar-me se o 'processo' de que Kafka, perdão, Josef K., foi alvo é realmente o que Welles e Anthony Perkins tão bem relataram em 1962.

Em contagem decrescente para o Vltava (2)


E «A Insustentável Leveza do Ser», de Kundera, Day-Lewis, e, sobretudo, de Lena Olin e do seu chapéu de coco. Será que descubro as termas?

Em contagem decrescente para o Vltava (1)


E do extravagante retrato que Arcimboldo fez do ainda mais extravagante Rudolfo II da Boémia.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Father... father, the sleeper has awakened!



Visto do maple, «Dune» merece uma revisitação e um pedido de excusas a Lynch de todos quantos o vilipendiaram aquando da estreia. Trata-se de um belo filme, em todos os domínios. Só não aceito que a Colecção Argonauta continue por reeditar os 3 volumes da obra-prima de Herbert. Pede-se primazia em relação a todas as potenciais reedições, por favor!

Ao som do tambor de Le Grand


Por culpa de uma referência de Turgueniev, decidi procurar o já quase amarelo «O Livro de Le Grand», de Heine, escondido que estava por entre um cabazada de papéis. Uma viagem sentimental, com o humor de Sterne e o romantismo de Goethe, e talvez a melhor homenagem que jamais li a Napoleão. E um grande poeta, também na prosa. Bazarov tê-lo-á lido?

Deambulando ao som de «Moon River»




Não só mas também ao som desta melodia de «Breakfast at Tiffany's», dou por mim deambulando por entre montes e vales delapidados, casas imponentes nunca verdadeiramente amadas porque vendidas ao desbarato, traduzidas hoje em memórias de pó, cinza e nada, porquê e para quê? Riachos e sombras. Fragas e canícula. Canaviais e patos a saltar quase por debaixo de um velhinho D.A.F. semi-automático. Pinhas e um burrico deliciosamente simpático que nunca esquecerei. Perdoem-me o devaneio. Mas foi assim, foi o que se viu e vê nas Penhas Douradas e em Montemor, de São Gens a às Alcáçovas. Não tinha que ser. E poderia ser tudo tão diferente. Porquê?

I can do it, I can do it


Diz para com os seus botões o comboio, a locomotiva mais maravilhosa do universo de animação, motivando-se para subir a encosta puxando por uma resma de carruagens repletas de bonecada animada e colorida, numa das várias sequências que fazem de «Dumbo» um dos marcos históricos do cinema do grande Disney. Isso e a sequência dos elefantes cor-de-rosa, claramente uma divagação pelo mundo onírico, digno de Dali.


sexta-feira, agosto 01, 2008

Mamutes, esta noite, ao pé de casa




E que não haja vento e que haja pipocas.

Anteontem, em Lisboa:


«The Mouse That Roared» (1959)


-How did the war go?
-Well, this is a bit of a surprise. A pleasant one, I hope. I think we've won.