sexta-feira, janeiro 30, 2009

Filmes em revista sumária # 130


Sejamos claros: «Vicky Cristina Barcelona», não sendo, nem de perto nem de longe, mais uma obra-prima do autor de «Manhattan», também não se resumirá ao beijo em câmara escura entre Scarlett e Pé (fogacho de Allen), muito menos num sub-produto em série, daqueles filmes que Allen mete o piloto-automático e descarrega uma série de diálogos alucinantes, paredes meias com humor garrido. Longe disso. Até porque a musa Scarlett não o permitiria. Esta passagem pelo 1º Mundo está a fazer bem a Woody Allen, devolvendo-lhe profundidade, filtro e juventude.

Pena é que a história seja relativamente pobre, embora Allen procure insistentemente evitar que o filme se transforme num mero registo de férias escaldantes de duas turistas americanas por terras de Espanha, ‘devoradas pelo clima’. Pena que só o consiga em determinados momentos, graças mais aos actores (todos eles, e «chapeau» a Pé … embora a contra-gosto), mais a eles do que ele, diga-se, talvez porque o castelhano e o inglês são mundos que não jogam entre si, seja porque a carreira de Allen já vai longa e não precisa de demonstrar nada a ninguém.

Vive le cinéma (15)

Ontem, no TAC, lembrei-me de «Soylent Green»




E do fabuloso Edward G.Robinson despedindo-se da Mãe Natureza que o homem aniquilara. Só que o que vi no tecto eram palmeiras fixas, e nem sequer estava na sua estreia, no Apolo 70. Uma questão de segundos.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Há pouco, no Metro, a cítara tocava:

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Ontem, exame às carótidas

terça-feira, janeiro 27, 2009

De volta do «Reino»




Sábado, julguei que era o fim. Do lado de lá, não no reino de Von Trier mas de Santa Maria, sombras e campos magnéticos, batas e diagnósticos. Tudo OK, graças a Deus. O programa segue dentro de momentos ...

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Grafonola ideal (36)


«Brothers in Arms» (1985)

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Nas nomeações para os Óscares:


Há já alguns injustiçados (Eastwood e Mery Streep, em «Mamma Mia»), outras tantas parvoeiras (as nomeações de Brad Pitt e Heath Ledger, mais a da 'mãe' de Benjamin Button, por ex.) e uma razão para eu fechar os olhos quando ela aparecer em cena, no mais recente sucesso de Woody Allen. Não suporto a Pé.

Sharon Tate

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Vive le cinéma (14)

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Filmes em revista sumária # 129


O «Estranho Caso de Benjamim Button» é, antes do resto, um filme sobre o «outro lado» de Dorian Grey, a modos que uma lição sobre o custo de oportunidade em se buscar o elixir da juventude. Pior, é a sina triste de um homem que, dado à nascença como decrépito e sem futuro, vai rejuvenescendo por fora e envelhecendo por dentro, acompanhando os ponteiros de um relógio em contra-ciclo, feito por um relojoeiro em guerra com o mundo por a GG lhe ter ceifado o filho, e cujo tique-taque se cola à vida da personagem central a partir do momento em que ambos, recém-nascido e relógio começam a rodar.

Mas estranho caso também o de David Fincher, realizador de culto e pouco afoito ao mundo do fantástico e do ‘mainstream’. Estranho caso, ainda, para o conto que cai fora da linha condutora da obra do inimitável Fitzgerald. Seja como for, este triplo caso de estranhezas vale o bilhete, quanto mais não seja pela boa reconstituição histórica, por alguns momentos mágicos da velha veia de Fincher na câmara e na narrativa, mas sobretudo porque tem uma esplendorosa Cate Blanchett. Pitt cumpre inteiramente e é de facto mágica, toda a sequência do óptimo de Pareto (que como se sabe é raro, raro de encontrar), no tempo e no modo, entre ele e ela, engrenados como num mecanismo de relógio.

terça-feira, janeiro 20, 2009

A partir de hoje:


Um Cadillac novinho em folha, repleto da panafernália de James Bond, já denominado 'the Beast' ao serviço em Washington D.C. Boa sorte, para ele, para Obama e para todos nós. Será que conseguirá?

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Vive le cinéma (13)


Donna Reed

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quinta-feira, janeiro 15, 2009

Vive le cinéma (12)







«Le Samouraï» (1967)

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Grafonola ideal (35)


«Tattoo You» (1981)

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quarta-feira, janeiro 14, 2009

Obituário: Ricardo Montalban (1920-2009)


Mais do que o anfitrião de plantão de uma das séries televisivas mais pirosas de que me lembro («A Ilha da Fantasia») Montalbán foi o protótipo de galã latino do pós-Valentino, o que, aliado ao facto de não ser actor por aí além, contribuiu que, tal como uma série de outros actores de origem sul-americana, ficasse remetido a um certo tipo de personagens ciclicamente tontas. Era um homem simpático.

Obituário: Claude Bérri (1934-2009)





Mais conhecido como produtor de belos e românticos filmes [«Tess» (1979), «L'Ours» (1988) e «L'Amant» (1992)] , é contudo como realizador de um filme sublime que aqui o recordo: «Jean de Florette», de 1986. Trata-se de um nome incontornável do cinema francês dos últimos vinte e tal anos.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Filmes em revista sumária # 128



O melhor elogio que se pode dar a este filme de Eastwood é transcrever o comentário de uma espectadora da fila da frente, ao intervalo: «vou até lá fora desanuviar um pouco». Com efeito, «Changeling», não sendo um dos melhores filmes do último dos ícones americanos, é um portento de carga dramática, criando no espectador um desconforto tal, misto de ansiedade e repulsa (ainda por cima sendo um caso verídico), que só mesmo uma água das pedras pode servir de escape para amortizar o ‘soco’. Eastwood está como o vinho do Porto, e desde que adoptou aquela fotografia fria e sombria, quase monocromática, aqui e ali salpicada por uma beleza resplandecente (os lábios da Jolie são pictóricos), o seu cinema ganhou um tom tal de serenidade e liberdade que nos vergamos à evidência, derrubando a mais pequena reserva que se nos pudesse ousar apontar.

NB: Aquele advogado de Jolie é Clint, dos pés à cabeça, imponente, sério, justiceiro e solidário. Toda a alma americana.

Globos de ouro


Para Mickey Rourke, em «The Wrestler»


e para Kate Winslet, em «Revolutionary Road».

Frances Dee

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sábado, janeiro 10, 2009

Parabéns a você: Tintin (1929-2009)


O site oficial não deixa margem para dúvidas: «Le 10 janvier 1929, Tintin et Milou font leur première apparition». Sendo, há que dar os parabéns pelo octogésimo aniversário da personagem de BD mais famosa e popular do mundo (desculpem amigos Batman, Super-Homem, Flash Gordon, Príncipe Valente, Tarzan e ... Astérix!).

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Já à venda na FNAC em edições de coleccionador:


Lucia Bosè

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Filmes em revista sumária # 128


O cinema de Buzz Luhrman tem destas coisas: homenagem sentida aos grandes clássicos, qualquer coisa que brota do coração, de empolgante mesmo. O problema é que cheira a falso. E cheira a falso porque os dramas que escolhe são dramas de um cinema de outra era, de um cinema que não volta mais e que não joga com o mundo de hoje, nem com os actores de hoje, nem com a plateia de hoje. E desse problema sofre «Austrália». E quanto mais Luhrman carrega no acelerador, ou constrói cenários grandiosamente concebidos no computador, mesmo que com requintes episódicos de bom gosto (como naquelas cenas no cais de Darwin, por exemplo), a coisa descamba em pirosa tal a sofreguidão de mostrar obra (fotografia deslumbrante, música empolgante, história de amor arrebatadora, multidões de figurantes, etc.). É pena, mas é assim mesmo.

No caso presente, é bonito de ver a homenagem ao «Feiticeiro de Oz», a «África Minha» e a «Mogambo», ao cowboy Eastwood, etc. Mas, espremido, este «Austrália» pouco mais é do que motivo para fã da Kidman (em que me incluo) verificar que aquele botox no lábio superior era desnecessário. Mesmo assim, claro, Kidman vale o bilhete inteirinho.

quinta-feira, janeiro 08, 2009

À pesca na RTP Memória


Pode não ser a melhor das 28 personificações televisivas e cinematográficas do famoso inspector saído da pena intimista de Simenon - até porque essa é, indubitavelmente, a composição de Jean Richard, como já referi -, mas a verdade é que é um prazer rever a simpática série da Granada Television, protagonizada pelo portentoso actor Michael Gambon. Corre actualmente na RTP Memória, pelas 21h e são apenas 12 episódios. Quem nunca viu, veja.