sábado, fevereiro 28, 2009

Filmes em revista sumária # 136


Impressionante filme, este «The Wrestler», sobre as agonias de um veterano campeão de wrestling que se recusa a abdicar dos aplausos mesmo que sob a ameaça do miocárdio, recusando-se a pôr termo a uma carreira agora nitidamente pelas ruas da amargura, aqui e ali a fazer lembrar «Raging Bull», embora este seja de outra galáxia.

O papel confunde-se com o actor e Mickey Rourke encarna na pele (literalmente) todo o sofrimento, dor e ilusão da personagem, que, para mais, parece tirada a papel químico das experiências vividas pelo próprio Rourke no período pós-menino bonito de Hollywood, que é como quem diz nos anos 90. Interpretação mais física não haverá …cada agrafo na sua pele dói menos que o Óscar não recebido…

O filme tem que mais do que Rourke, obviamente, outra coisa não seria de esperar de um filme de Aronofsky, um dos mais talentosos realizadores da actualidade, que aqui se esmera em transmitir o mais simples dos argumentos: a verosimilhança, i.e., a realidade.

Foram ontem os Césares


Céus, vale mais um parágrafo deste fabuloso livro de Adrian Goldsworhty.

terça-feira, fevereiro 24, 2009

E agora:


Grafonola ideal (40)


«Orphans» (2006)

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A raínha da noite

Grafonola ideal (39)

Filmes em revista sumária # 135


Que dizer de «Milk»? Da personagem, cuja projecção em Portugal foi zero, naturalmente; que terá sido o arauto mais importante na defesa de direitos iguais para os homossexuais e proto-líder do movimento gay, que de tabú virou lobby num abrir e fechar de olhos. Chapéu, portanto. Do actor, Sean Penn, que está perfeito, não recorrendo a tiques e ademanes, como seria mais fácil. Do filme, que mais que um simples e honesto biopic assume-se claramente como manifesto político, sem hesitações nem receios. Chapéu desta vez para Van Sant, que além do mais é um excelente realizador.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Filmes em revista sumária # 134


O problema de «Valquíria», mais do que o evidente miscast de Cruise (o homem tem sérias dificuldades em não rir, por exemplo, e se há coisa para que ele não dá é para fazer de oficial do exército, quanto mais para um líder de coup), é a sua falta de credibilidade.

Falta de credibilidade enquanto revisitação histórica de uma época e de personagens próprios daquela época, mas também, e mais importante, falta dela enquanto facto histórico ipsis verbis (mais de metade daqueles dados são pura americanice), e, pior ainda, falta completa de tacto de Brian Singer enquanto encenador, que nunca se consegue assumir como realizador dramático, apenas como contador de histórias de … quadradinhos, desperdiçando assim um episódio pouco explorado de um filão - o Nazismo - que continua aparentemente inesgotável.

À espera de companheiros de armas


Retidos em hospital de campanha da Elastolin.

domingo, fevereiro 22, 2009

But should go to:



(acumulando com o Óscar de Melhor Realização)


Mickey Rourke

Kate Winslet

Michael Shannon

Amy Adams

The Oscar goes to: (*)

«Slumdog Millionaire» (acumula com o Óscar de Melhor Realização)

Mickey Rourke

Kate Winslet

Heath Legder

Penélope Cruz


(*) Preferia o clássico 'The Winner is' a este politicamente correcto

sábado, fevereiro 21, 2009

Vesti la giubba


De bisnaga em punho

À procura de confetti! De estalinhos. De garrafinhas de mau cheiro. Onde param? Onde param as matinés de Carnaval do São Jorge? Ou do São José, em Cascais. Que diabo, só restam as fatiocas dos '300' e as carripanas alegoricamente pindéricas de Torres, o tal 100% português?

The point of having a cell phone is that it works when you need it!


«Jeepers Creepers» (2001)

Ou como curiosity killed the cat. Azares de quem cai na toca de um lobo que só sai para caçar impiedosamente de 23 em 23 anos, por 23 dias consecutivos. Se ouvir a celebérrima música, fuja! Pelos seus olhos.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

A propósito de uma menina disfarçada de fada


Viajei ao tempo das caraças, das aranhas de plástico na sopa da Avó, o crocodilo Felisberto, os dentes de vampiro e o cócó de cão, que sempre escondia por aqui e ali. Mas sobretudo da única fatioca que tive: máscara e chapéu pretos, e espada a condizer com ponta de giz, usado à exaustão em sucessivos 'Z' por tudo quanto era porta lá de casa. Nunca tive capa. Por isso nunca fui um Zorro de verdade.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Grafonola ideal (38)


«Libertango» (1988)

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Vive le cinéma (20)

Filmes em revista sumária # 133



«O Leitor» é um filme claramente feito em dois: uma primeira parte de erotismo quase pictórico, relatando uma relação mais do que carnal entre um jovem imberbe e uma quase bipolar ex-guarda de campo de concentração; e uma segunda, feita aparentemente de revisionismo frustrado, claramente falhado, por sinal, já que não era esse, de todo, o objectivo. E resulta em ambos os vectores.

Muito por força das interpretações de Kate Winslet (está claramente um assombro de actriz, e uma das que melhor incarna papéis eróticos) e demais parceiros (muito boa a prestação de David Kross, sobretudo enquanto jovem apaixonado, como que a fazer lembrar «Werther», Fiennes, um portentoso Ganz, etc.), da reconstituição histórica (mais do que uma reconstituição de adereços e trejeitos, ela retrata a sociedade e a família do pós-guerra) e do talento de um realizador, algo subvalorizado, chamado Stephen Daldry, que deveria fazer mais filmes do que aqueles que vai fazendo aqui e ali.

terça-feira, fevereiro 17, 2009

I have crossed oceans of time to find you.




Ontem, desde os cadeirões Pop verdes da D. Maria do Carmo, o deslumbramento visual e técnico de um perfeccionista: Coppola.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

domingo, fevereiro 15, 2009

Preparando-me para o Holter


A última coisa que falta, do longo check-up que já dura há 2 semanas, just in case. Ou melhor, não uma mas 2 em 1: ecocardiograma mais aparelhómetro durante 24h non stop.

Tudo está bem. Estou certo. Coração sofre quando tem que sofrer no cinema, excita-se quando tem que se excitar, e ri quando tem que rir. Acelera quando tem que acelerar. Irrita-se quando tem que se irritar. Cai em piano quando tem que cair. Seja como for, a culpa é sempre do realizador.

sábado, fevereiro 14, 2009

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Para observação a menos de 30 cm


Que é como quem diz: para ler. Foi o que deu tanta escrita em letra microscópica ...

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Man has a choice and it's a choice that makes him a man

Vive le cinéma (19)




«Week-End» (1967)

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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Ontem é que deu para ver:




O filme de Ridley Scott (1979) é infinitamente superior ao de Cameron (1986). Quando vi este último no Condes, admiti que o que ele tinha em acção compensava o que não tinha em densidade dramática, arrojo visual e ficção científica. Ontem comprovei que me enganara redondamente. Coisas do Condes...


segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Vive le cinéma (18)

Ouvindo a guitarra de Ry Cooder




-I thought you were afraid of heights.
-I'm not afraid of heights. I'm afraid of falling
.

Filmes em revista sumária # 132


Não há dúvida nenhuma: John Patrick Shanley é, além de um excelente e galardoado argumentista e escritor, um realizador que sabe dar cartas quando quer jogar pelo seguro. «Doubt» gira à volta de uma irmã directora de um colégio que, vendo-se a braços com as suas próprias e inconfessáveis dúvidas de vocação, decide encetar um julgamento de carácter sobre alguém que lhe levanta dúvidas, cortando a direito, mais porque o padre de quem desconfia põe em causa tudo quanto ela representa, e não tanto por haver provas fosse do que fosse; no que se transforma num drama intensíssimo cujas consequências são imprevisíveis.

Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman têm prestações inadjectiváveis, e Amy Adams compõe uma irmã por vocação, impoluta e crédula, daquelas que fazem mudar o mundo, e que lhe augura uma carreira de estrela em Hollywood. Os já célebres 12’ de Viola Adams não creio valerem uma nomeação aos Óscares. Um filme interessantíssimo, que aborda um tema sempre actual, a partir de uma década, os anos 60, que, afinal, não estão assim tão «demodés».

domingo, fevereiro 08, 2009

Vive le cinéma (17)


Lili Damita

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If it bleeds, we can kill it.





Ao fim de 5 anos e muitos segundos mais, o vídeogravador Panasonic deu de si, graças à colaboração espontânea da Zon, e, graças a isso também, o 2º dos melhores filmes de McTiernan (o 1º é, sem sombra de dúvida, «Die Hard»), pôde voltar ao pequeno écran e assim pude deliciar-me com aquele grão inebriante, tão típico do (bom) VHS.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Vive le cinéma (16)