sexta-feira, maio 29, 2009

Filmes em revista sumária # 146



«King of California», filme estreia de Mike Cahill enquanto realizador (é de ficar de olho nele) é um daqueles filmes que, sendo à partida pessimistas, se nos revelam de um optimismo a roçar a utopia. Nele, um Michael Douglas esquelético interpreta um pai lunático que contagia a filha (uma extraordinária interpretação de Evan Rachel Wood - em clara ascensão) para uma caça ao tesouro, literalmente, feita alegoria da máxima "quem porfia sempre alcança".

O filme está muito bem conseguido, com soluções visuais de muio bom gosto e imaginação, e um argumento fresco, sentindo-se o toque indelével de Alexander Payne. Chancela "Sundance Festival", pois claro.

quinta-feira, maio 28, 2009

Those were the days (2)



De um lado, os herdeiros do "WM", de Schön, herdeiro de Herberger, onde pontificavam "Kaiser" Beckenbauer, Breitner, Gerd Müller, Maier, Vogts, Bonhof, Uli Hoeness e tantos outros, e do outro lado a "Laranja Mecânica" de Michels (estava-se no pós-filme de Kubrick), com Cruijf comandando Rensenbrink, Neeskens, Krol e tantos outros. A minha final preferida dos mundiais, apesar de ter ficado de fora dela um talento chamado Rivelino.

terça-feira, maio 26, 2009

The best of them won't come for money; they'll come for me.

Filmes em revista sumária # 145


Este "Anjos e Demónios" é realmente de fugir. Enquanto filme, claro, pois é sempre um prazer rever, e fazer-nos pecadores por adiarmos uma nova ida a Roma. Tudo o mais é de fugir (por ordem de importância no índice de qualidade de um filme): argumento, realização, casting, montagem, etc. Tanto dinheiro mal gasto, em mais uma prova dos nove do completo bluff que é Ron Howard enquanto realizador.

quinta-feira, maio 21, 2009

Obituário: João Bénard da Costa (1935-2009)

Trata-se, efectivamente, de uma enorme perda para o Cinema, para a Cultura, para Lisboa e para o país. Para mim, Bérnard da Costa é indissociável não só da Cinemateca (apesar de recordar com nostalgia a marca de Luís de Pina), com tudo o que isso me traz de boas memórias e eterna gratidão - a melhor das quais a retrospectiva dos 100 Melhores Filmes, aquando de Lisboa'94, com sessões memoráveis no Tivoli -, como da sua dimensão humana e cultural, onde serviu muitas vezes de velho farol de referência para muitos, aos quais me gostaria de incluir, ainda que nunca o tivesse contactado presencialmente.

Comunicador como poucos (na área do Cinema apenas me lembro de outro que lhe é equiparável: António Lopes Ribeiro) e dotado de uma vasta cultura, que transmitia a quem o queria ouvir por uma voz cavernosa incomparável, era ainda uma pessoa de muito bom gosto e de uma generosidade extrema.

Recordo o seu empenho e o seu carinho em relação ao Capitólio, ao Tivoli, ao Odéon e ao antigo Central (hoje Cinemateca Júnior e um projecto muito dele, e que é de aplaudir de pé, diga-se), e que sem a presença dele entre nós poderão perder para sempre a possibilidade de voltar a exibir cinema.

De guardar como relíquias, são as folhas da Cinemateca assinadas por si, e, claro, as crónicas do Público, que contêm alguns dos melhores textos jamais escritos em língua portuguesa.

Muito triste.

...

Ficam Os Filmes da Minha Vida

segunda-feira, maio 18, 2009

Filmes em revista sumária # 144



As «Ruínas», de Carter Smith (haverá alguma relação com o arqueólogo Howard Carter?), tentam ser um filme diferente, em que o terror vai saindo «naturalmente», na exacta proporção em que o humano entra em conflito com o meio natural, em mais um daqueles momentos de «curiosity killed the cat» (neste caso uma trepadeira carnívora com dotes de ventríloco) na tentativa de explorar um local voluntariamente escondido.

O efeito gore que vai tomando conta deste filme simpático, bem fotografado mas muito pouco bem interpretado, diga-se, é produto não tanto da vontade em exibir tecnologia espalhafatosa e terror pronto-a-vestir, mas de mostrar o que realmente pode acontecer a qualquer curioso impreparado (importa dizer que o assunto ter-se-ia resolvido de forma lesta, se os índios tivessem pegado fogo à dita cuja, com método, porque se tinham acesso a espingardas, também teriam a gasolina...).

O filme, bastante previsível, aliás, assusta q.b. exactamente por isso mesmo - excesso de preivisibilidade -, sendo, contudo, verdadeiramente impressionantes as sequências das mutilações, sobretudo as auto-infligidas que até ... doem.

sábado, maio 16, 2009

Those were the days (1)



Os rounds entre Max Schmeling e Joe Louis, mais do que terem sido os combates de boxe mais gloriosos de sempre (pronto, pronto, os de Cassius Clay e Joe Frazier também foram bons, sim) foram épicos a vários níveis. Inolvidáveis, diz quem os viveu.

segunda-feira, maio 11, 2009

Bugs ou bunnies?



Às dezenas, talvez centenas, ao longo da estrada entre Estremoz e Arraiolos, nas bermas, ao final da tarde, descarados. Imóveis que nem pedras, uns, de orelhas transparentes ao Sol, outros. Fugindo de caçadores, uns, das bolas de golfe, outros, do cláxon amigo, outros ainda. Inesperado e um gosto de ver.

Filmes em revista sumária # 143


Em «The International» (por que carga de água o tradutor de plantão teve que o rebaptizar de «A Organização»? Será com receio de colagens?), o pior mesmo é a conclusão, a moral da história: mais vale não mexermos um dedo e dedicarmo-nos a ver novelas e futebol, porque «eles» continuam a fazer tudo como dantes. A ser verdade a teia, claro, porque é exactamente no argumento - basicamente, uma cabala gigantesca, que alimenta e se alimenta de revoluções, desastres naturais, venda de armas e de víveres, ajudas ao desenvolvimento, etc. (onde é que eu já ouvi isto?), que reside o problema do filme.

O resto até está bastante bem feito, em especial as sequências de acção [com especial destaque para a destruição maciça de que é alvo o Museu Guggenheim em Nova Iorque (Frank Ghery deve ter apanhado um susto...) - mas também aí o buraco de argumento: então, os vigilantes de serviço ao museu certificam-se das pistolinhas dos bonzinhos mas não viram as metralhadoras dos mauzões?], os actores (Clive Owen não só prova que deveria ter aceitado ser 007, como está um actor extraordinário) e os cenários, claro, Naomi Watts incluída, pois o seu papel é de mera figurante, o que se lamenta.

sábado, maio 09, 2009

Choooooac!


Não foi em 1514 mas em 1993. Desde aí, até conseguiste que eu cantasse e dançasse à chuva.



16anos x 365dias x 24h x 60m x 60s. Dá quantos?



Save your kisses for me!

sexta-feira, maio 08, 2009

Qual é coisa qual é ela?



Schreck





Lugosi



Lee



Oldman


Dizem-me, garantem-me, que um certo ex-presidente de CML é o actor que falta para completar este bouquet de Dráculas. Alguém me esclarece?

Brevemente, no cerco a Lisboa!

Não fazia ideia que Winnie ...

terça-feira, maio 05, 2009

Obituário: Dom De Luise (1933-2009)



Quase tão conhecido como cozinheiro como enquanto actor de comédias e apresentador televisivo, recordo-o sobretudo dos papéis extravangantes que fez para o grande écran (se se lhe juntar a TV fez mais de 100), lado a lado com Burt Reynolds, uns, e sob as ordens de Mel Brooks, outros.

Obituário: Vasco Granja (1925-2009)


De facto, trata-se de alguém incontornável (como agora se diz) quando se fala de banda desenhada e cinema de animação, sobretudo na TV do pós-25 de Abril. Por isso é natural que obituários não faltem (ex. este e aquele), e muito justamente.



Pessoalmente, estou-lhe imensamente grato, não tanto pelas doses maciças de animação de Leste (de que apenas registei o croata Professor Baltazar - afincadamente apresentado como jugoslavo) com que preenchia a sua rubrica televisiva "Cinema de Animação" (quando, aparentemente, a maioria esmagadora do seu público alvo só queria Looney Tunes - que continuam a ser os meus favoritos), mas por:

1. Ter sido o grande responsável pela massificação da Pantera Cor-de-Rosa, quando até então ela só aparecia esporadicamente na TV, ainda que fosse presença frequente nos desenhos animados que precediam os filmes nas salas de cinema (bons tempos!).

2. Me ter dado a ver (e a ouvir) o cinema fabuloso de animação de Norman Mclaren.




Políticas à parte, Granja foi grande pedagogo, figura simpática e comunicadora, e que vibrava com o que dava a conhecer. Na banda desenhada, terão sido ainda maiores a sua presença e o seu legado, mas como os meus gostos em BD sempre foram muito meus, não sei que escrever.

Respondendo ao desafio de Miss Pearls

Aqui ficam as minhas 15 séries mais-que-tudo, só minhas e muito minhas, as 15 que, fora eu faraó, levaria para a eternidade em caixas DVD como canopos.

Get Smart
Green Acres
I, Claudius
Les Galapiats
Six Feet Under
The Adventures of Sherlock Holmes
The Avengers
The Muppet Show
The Partridge Family
The Riffle Man
The Twilight Zone
Thunderbirds
Twin Peaks
Upstairs, Downstairs
Yes, Minister!

E passo a batata quente ao Alexandre, ao Fernando, ao Jorge, ao Pedro (se ele decidir acordar do cadeirão da Barata Salgueiro) e ao Ricardo.

segunda-feira, maio 04, 2009



Graças ao Indie Lisboa'09 - e ao magnífico e resistente São Jorge - pude ver, antes de estreia, a última extravaganza de Ozon: o inesperado e polémico «Ricky», mais alegórico do que fantástico, diga-se, onde uma mãe e uma filha, até aí unha-e-carne e vivendo em monotonia sintonizada, se vêem abençoadas (e fez-se luz!) de um momento para o outro e como que por mão divina, sob a forma de bébé alado (anjo da anunciação ... 'que ele tenha asas e voe', reza a certo ponto a personagem), com um marido (pai), e um mano que há-de-vir, esse já numa narrativa ortodoxa mas que nunca iremos conhecer.

Ozon mantém-se igual a si próprio, pese embora o coro de más-vindas que o filme tem tido por aí; i.e., mantém-se capaz de continuar a surpreender, com filmes aparentemente sem nexo, mas de forte personalidade, em relação aos quais ninguém fica indiferente. Será um filme difícil, q.b.