sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Don't shoot yourself. Don't shoot each other. And especially... don't shoot me.

Cinema São Jorge tem 60 anos de idade




Projectado por Fernando Silva em 1948, foi inagurado 1950, e meti lá o primeiro pé ainda durante a Primária, lá por volta de 69-70, se bem me recordo numa sessão infantil de Carnaval ou numa festa de Natal, em que os meninos subiam ao palco improvisado e depois viam um filme alusivo à época festiva. Infelizmente não consegui chegar a tempo da estreia de «Red Shoes», nem sequer me lembro de ter visto o órgão que se elevava das profundezas durante os intervalos.

Mas depois da Primária, desde aí que têm sido muitos e muitos filmes, não tantos quanto gostaria porque desde que ele está entregue à EGEAC, céus, tem levado de tudo menos daquilo para que ele foi feito, mas vi lá grandes filmes, precedidos de belos desenhos animados e mini-actualidades.

Tenho saudades da sala única, cuja recuperação, aliás, foi prometida por João Soares quando os cidadãos o "obrigaram" a adquirir o São Jorge e abdicar da tentação de o deixar ir para as mãos de potenciais energúmenos. Reconversão em sala única que parece nunca mais vir, talvez porque quem de direito tenha receio da sua grandiosidade. É pena.

Quando é que a Avenida da Liberdade volta a ser o que era?

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quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Enquanto isso, nos BAFTA,


Katheryn Bigelow e ... Colin Firth eram os grandes vencedores da noite. Indício para a noite das noites?

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I must warn you, young lady, I am susceptible to flattery.



«Kill Bill»

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terça-feira, fevereiro 23, 2010

Filmes em revista sumária # 189


«A Single Man» (título com duplo sentido) é o filme estreia que o estilista de moda Tom Ford escreveu, produziu, realizou e trouxe até nós, espectadores, e que, muito mais que um objecto de culto obrigatória na iconografia gay, ou uma mera produção de encher o olho, deve ser visto como uma história de amor, bem filmada, que está, e interpretada, idem, por um superlativo Colin Firth.Com efeito, mais do que a inevitável catalogação de género, importa ver este filme na perspectiva de uma recriação de época em todas as suas dimensões: mentalidade, usos e costumes, “art et décoration”, etc. O melhor do filme? A expressão e o olhar clínico de Firth, cena a cena, estado de alma a estado de alma.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Talvez em 2011?


Ainda não foi desta que assentei Carnaval no Mardi Gras. Será para o ano?

Stan Smith vs. Ilie Nastase no Metro



O rapaz que há pouco levava vestido aquele blusão não tinha cara de saber quem foram Nastase ou Smith. Pouco importa. O que importa é que por momentos viajei aos idos de 70 e ao ténis prodigioso que, ainda com "efeitos especiais" incipientes, por lá era jogado. Equipamento vintage comprado no E-bay? Ou alguma reedição do mítico duelo de 72? Papá babado, de certeza.



Foto

Filmes em revista sumária # 188



Regra geral, é difícil, extremamente difícil, criticar-se cada filme que estreia com a assinatura de Woody Allen. Regra geral, também, pelas melhores razões: o cinema do autor de «Annie Hall» é previsível e repetitivo: tem bom gosto, muito humor, auto-comiseração e crítica corrosiva. Tem diálogos acutilantes, disparados à velocidade do som e com um sentido de oportunidade espantoso. Regra geral acompanhados por actores em estado de graça (desta vez o “ónus” cabe a uma sublime Evan Rachel Wood, como ninfeta tão ingénua quanto parola), e, claro, quando não temos o próprio Woody a dialogar connosco, está alguém por ele (desta vez é Larry David – e quem é capaz de dizer que nada tem de Boris Yelnikoff?). Tudo acompanhado de jazz. E continua a ser um cinema tremendamente actual. Posto isto, há que dizer: «Whatever Works» não foge à regra.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Exame de vista ... chinês:

Chegado por e-mail:


Não consegue ler? Experimente puxar os cantos dos olhos como os chineses ...

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Filmes em revista sumária # 187


A um ritmo alucinado, algures entre o non sense dos filmes com Leslie Nielsen e o pior dos filmes dos manos Coen, «The Men Who Store at Goats» cumpre perfeitamente a sua missão (im)possível: distrair o espectador q.b., com o mínimo exigível por “lei” no que toca a razoabilidade de argumento e seriedade das interpretações (George Clooney está impecável, assim como Jeff Bridges enquanto mentor de tropas especiais made in LSD - o pai Lloyd haveria de gostar). O melhor do filme? O olhar da cabra que cai redonda no chão.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Try not to tear his clothes off, OK? They're new.



«Jackie Brown»

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Amanhã às 15h, na Cinemateca Júnior:


THE NIGHT OF THE HUNTER (A Sombra do Caçador), de Charles Laughton, com Robert Mitchum, Lillian Gish, Billy Chapin, Shelley Winters.

Sinopse da informação prestada pela Cinemateca Jr.:

«Esta única incursão de Charles Laughton na realização (que foi um completo fracasso comercial à época) resulta numa obra-prima incomparável, ponte de passagem obrigatória do cinema clássico ao moderno, com uma nova exploração da iluminação expressionista. Nesta onírica história infantil, o ogre é um assassino em série (a mais mítica criação de Mitchum), perseguindo duas crianças filhas de uma das suas vítimas, até se deparar com uma adversária à sua altura, a personagem de Lillian Gish. Um dos filmes mais singulares de sempre.»

...

Faço minhas as palavras do orador precedente.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Filmes em revista sumária # 186



É de facto muito triste assistir-se ao desperdício do talento de um gigante da interpretação como Daniel Day-Lewis, e ao esforço inglório, 100% inglório, de transpor para o séc. XXI um filme feito, primeiro, por um dos maiores e mais imaginativos realizadores de sempre (Fellini), segundo, numa época sem igual (pós-guerra). Isso e uma tremenda falta de jeito do realizador, Rob Marshall, em sequer dar um pouco de interesse ao filme, logo a começar pelos números musicais que, à excepção do protagonizado pela picante Kate Hudson (vê-se bem de quem é filha), se pautam por letras miseráveis e melodias sem melodia alguma. De uma escala de 0-10, e onde «8 ½» era 10, este «Nove» é zero. Vale pelas imagens turísticas de Itália, tiradas em alguns dos locais emblemáticos na vida e obra de Federico Fellini.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

If my answers frighten you then you should cease asking scary questions.


«Pulp Fiction»

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Dia 12 vai ser um grande dia!


Sob a égide da fabulosa Murnau Stiftung, vem aí «Metropolis» restaurado.

«The world premiere of the restored version of METROPOLIS (DE 1927/2010) in Frankfurt and Berlin brings back to the screen the original version of the monumental silent film classic which for decades was considered to be lost.

The almost completely restored original version of the Murnau Foundation celebrates its premiere on February 12 at the same time in the Alte Oper (Frankfurt am Main) as part of the interdisciplinary project cooperation Phänomen Expressionismus which was initiated by the Kulturfonds Frankfurt Rhine-Main as well as in the Friedrichstadtpalast on the occasion of the 60th Berlin International Film Festival.

The newly adapted music score which is based on the original score of 1927 will accompany both screenings. In Berlin the Rundfunk-Sinfonieorchester Berlin plays under the direction of Frank Strobel, in Frankfurt the Staatsorchester Braunschweig performs under the direction of Helmut Imig.
»

Aos sortudos que possam ir, bilheteira aqui

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terça-feira, fevereiro 02, 2010

Filmes em revista sumária # 185


«Nas Nuvens» tem de facto um belíssimo argumento: o falso, hipócrita e amigo da onça, Mr. Bingham (Clooney no seu melhor), não perde pela demora, e quando finalmente cai em si e decide viver mais do que simplesmente em função dos cartões exclusivos das milhas voadas e das conquistas amorosas em pleno vôo e à custa do seu emprego enquanto mercenário do despedimento sem justa causa, cai na sua própria armadilha, não profissional mas passional, para seu grande espanto e nossa frustração, agora que o queríamos redimido consigo próprio e com a mochila arrumada (a metáfora do “downsizing” existencial é um verdadeiro achado) mas nada a fazer "fez a sua própria cama".
Anna Kendrick está absolutamente assombrosa - Óscar secundário para ela, S.F.F. – e o filme lembra Capra e Lubitsch, pelo tom e pelo ritmo, e, claro, pelo desenlace à Twilight Zone. Chega, não?

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

If you shoot this man, you die next. Repeat. If you shoot this man, you die next.



«Reservoir Dogs»

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Filmes em revista sumária # 184


Declaração de interesses: sou (era) fã incondicional do “quinze” do País de Gales nos idos de 70 e, por isso, tanto All Blacks como Springbocks não me dizem muito.

Não sendo dos melhores filmes de Eastwood, muito longe disso, «Invictus» não deixa de ter alguns apontamentos acima da média, não tanto pelas sequências, bem filmadas, do jogo jogado, ou das boas interpretações de Freeman (por vezes ele “é” Mandela, embora peque um pouco por demasiados tiques e ademanes) e Damon (contido, como sempre, mas impecável), mas sobretudo por nunca se deixar cair na tentação do politicamente correcto, e aí o humor é a chave do sucesso. Resumindo e concluindo: trata-se de um filme simpático, honesto, até didáctico, mas que, numa linguagem de rugby nunca chega a fazer ensaio e transformação, i.e., 4+2 pontos…