sexta-feira, março 26, 2010

A partir de amanhã:




Depois de passar no casting de Mr. DeMille, eis-me por 15 dias em duas rodagens de «Os Dez Mandamentos», ao mesmo tempo em 1923 e 1956.

quinta-feira, março 25, 2010

Well, who but a Nazi would deny that Karl Marx was a German... because he was a Jew?



«The Stranger»

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Obituário: Robert Culp (1930-2010)


Não sendo figura de cartaz, e longe de ser um dos meus actores secundários preferidos (mesmo que da TV), a verdade é que minha memória dele é indissociável de uma certa ida ao defunto Cinema São José, em Cascais, com meus pais, para ver «Flood», um filme feito para TV, com uma história e efeitos especiais de papelão, mas que me ficou na retina, sabe-se lá porquê.

segunda-feira, março 22, 2010

Enquanto isso, perto de Lucca



Dei por mim revisitando Pinóquio, um filme mágico de Disney, dos idos de 40, antes da digitalização, e fruto de geniais artesãos, os verdadeiros.

Em contagem decrescente ... na senda de:



E que me perdoem todos os entusiastas da Colbert ou das belezas Vivien Leigh ou Liz Taylor mas para mim a Cleópatra é muda, data de 1917 e chamava-se Theda Bara, até porque só se me transformasse em Howard Carter a descobriria.

sexta-feira, março 19, 2010

An old lady on Main Street last night picked up a shoe. The shoe had a foot in it. We're gonna make you pay for that mess.



«Touch of Evil»

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Nos 60 anos do São Jorge (*)

Numa altura em que o Cinema São Jorge festeja 60 anos de idade, o bom seria que a Câmara Municipal de Lisboa, que é o seu proprietário; a EGEAC, que é quem o explora; e o Ministério da Cultura, que é por quem deve passar a supervisão da coisa “mercado de distribuição e exibição” de filmes, soubessem o que fazer com aquela que foi a sala mais chique de Lisboa. Comecemos pelo princípio.

O São Jorge foi projectado por Fernando Silva em 1948 e inaugurado em 1950. É Imóvel de Interesse Público desde 1989, e é-o tanto pelo arrojo construtivo (modernista tardio) em betão como pelo que está por detrás daquela fachada lisa e impessoal: uma notável elegância de espaços e proporções (escadarias, “hall” de entrada, plateia e balcões, iluminação, “foyer”, w.c., etc.), tal qual de decoração.

Meti lá o pé pela primeira vez ainda durante a Primária, finais de 60, numa sessão infantil de Carnaval ou de Natal, não recordo bem, mas lembro-me que subi ao palco improvisado para receber qualquer coisa, e depois vi um filme alusivo à comemoração. Tenho por mágoa não ter “nascido” a tempo da memorável estreia de «Sapatos Vermelhos», de Michael Powell, e, por isso, não me lembrar de alguma vez ter visto e ouvido o órgão que se elevava das profundezas do fosso durante os intervalos, pelos os anos gloriosos da Rank.

Mas lembro-me de lá ter visto centenas de filmes. Projectados naquele imenso “écran”. Desde aquela imensa sala, a maior parte das vezes desde uma das frisas do 1º balcão. A maior parte das vezes grandes filmes, precedidos de belos desenhos animados e de actualidades. Com boa casa, às vezes com lotação esgotada. Sofri quando o retalharam em três, por causa do vídeo e dos “multiplexes”, diziam. Por desleixo de quem nunca soube ou quis regulamentar o estrangulado mercado de distribuição e exibição cinematográfico, digo eu. Mas mesmo assim continuei a ir lá, tripartido.

Seja como for tenho saudades da sala única, cuja recuperação, aliás, foi prometida por João Soares quando os cidadãos o "obrigaram" a adquiri-lo e a abdicar da tentação de o deixar transformar em escritórios. Reconversão física que parece nunca mais vir, talvez porque quem de direito tenha receio da sua grandiosidade. É pena. Como é pena constatar que desde que está entregue à EGEAC, céus, o São Jorge tem levado de tudo menos daquilo para que foi feito, salvo em ante-estreias e festivais pontuais e até os velhos arrumadores foram “reciclados”. É pouco, muito pouco.

Por que não fazer do São Jorge a sala do cinema português? Em regime de semi-exclusividade, consolidado em intervenção estatal no mercado, com recurso a contrato de exploração por objectivos com privado que apresente c.v. compatível. E quando é que a Avenida da Liberdade volta a ser o que era?



(*) In Jornal de Notícias (18/3/2010)

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terça-feira, março 16, 2010

Aproveite, descubra as diferenças:


«Alice no País das Maravilhas», de Clyde Geronimi, Hamilton Luske, Wilfred Jackson (1951/ versão dobrada em português do Brasil – Todos).

Sábado, 15h, Palácio Foz, Cinemateca Júnior.

segunda-feira, março 15, 2010

Entrada com o pé direito


Nunca pensei torcer por Alonso. Ferrari oblige.



Foto

Filmes em revista sumária # 195



Nota Prévia: Recuso-me a estragar os meus olhos pelo que vi este filme numa sala sem projecção a 3-D e por isso terei perdido algum campo de profundidade em algumas das cenas. Confissão feita.


Muito sinceramente, se este «Alice no País das Maravilhas» tivesse outra assinatura que não a do autor de «Beetlejuice», logo teria sido objecto da compreensível chacina crítica, por manifesta falta de chama, parecendo mais um dos produtos em série recentes da fábrica Disney do que propriamente a última pérola do valioso tesouro que Tim Burton já deixou à posteridade.

Vejam-se, por exemplo, os múltiplos casos de efeitos especiais sem primor, desenho e animação banais e personagens falhadas (ex., respectivamente, as batalhas e duelos; os soldados carta e peças de xadrez, o mostrengo lambuzão a quem o rato vaza o olho direito; o valete tenebroso, a rainha boa e o gato Cheshire), e o imenso bocejo que se reprime com dificuldade nas cenas passadas na festa de noivado, por exemplo. O “miscast” da actriz principal (ao que não é estranho o desinteresse absoluto da ideia da personagem envelhecida) é tanto mais evidente quanto a sua total ofuscação durante o filme.

Ficam na retina três personagens absolutamente extraordinárias, protagonizadas com todos os primores por Bonham Carter e Depp: a rainha má macrocéfala (cujo aspecto faz lembrar os aliens de «Mars Attack!»), o incorrigível e fruticolor chapeleiro louco, e, claro, o coelho apressado. As cenas mais conseguidas são as da caída de Alice na sala das portas e a escolha da porta certa e, pela graça e pelo visual, a primeira vez em que aparece a mesa de «iguarias» presidida pelo chapeleiro Depp.

Resumindo: Tim Burton parece estar a marcar passo, tal qual marcou aquando da já citada comédia da invasão dos marcianos. Previsivelmente, não será ainda com a «Bela Adormecida» (?) que assistiremos a uma nova fase de Burton. Aguardemos por dias melhores, pois. Quanto a Alice, hoje e sempre a do velho Walt.

quarta-feira, março 10, 2010

There's a lot to be said for making people laugh. Did you know that that's all some people have?

Um filme memorável, do semi-olvidado Preston Sturges e com uma parelha plena de química, como agora se diz: Joel McCrea e Veronica Lake. Deu ontem na RTP Memória. Toca a (re)ver «Sullivan's travels»:


Filmes em revista sumária # 194


Será «A Serious Man» um imenso falhanço dos manos Coen, ainda em ressaca dos Óscares? Uma comédia negra para único e exclusivo bom entendedor judeu, de preferência com o Torah como leitura de cabeceira? Ou talvez o desencantamento que por ele perpassa corresponda a um parar para pensar dos autores de «Fargo»? Talvez sim, talvez não. O que é inegável é que o filme não corresponde ao que dele se esperaria, mesmo que se lhe reconheça um virtuosismo visual e toda uma carga simbólica e uma exímia capacidade de, tal qual em «Barton Fink», fazer o espectador parte integrante da claustrofobia existencial de que o protagonista padece, por clara e dupla influência premonitória do Mal que lhe bateu à porta (via Dybbuk ancestral ou tornado ameaçador, tanto faz) e da doença letal que lhe foi radio-diagnosticada.

terça-feira, março 09, 2010

Filmes em revista sumária # 193


Comédia mediana em filme completamente banal, feito de gags óbvios e vivendo às custas de uma actriz prodigiosa, em merecido e continuado estado de graça. Alec Baldwin cumpre a sua parte e a mais não é obrigado. Realmente, «It’s Complicated» fazer boa comédia.

Barretaço para James Cameron


E foi muito bem feito.

sexta-feira, março 05, 2010

Bem que os Óscares podiam copiar os Césares ...

Já que a cerimónia francesa (tal como os BAFTA) copia cada vez mais a americana, talvez valesse a pena que desta vez a cerimónia da noite de Domingo para 2ª Feira clonasse Laetitia Casta:


quinta-feira, março 04, 2010

Filmes em revista sumária # 192


Mas que belo filme este «An Education»! Não se pode falar de surpresa porque a ficha técnica, nomeadamente a co-produção (BBC) e o argumentista (Hornby), e a origem da coisa (terras de Sua Majestade), outra coisa não davam a entender, bem entendido. E o “enquadramento” rétro também ajudava, é verdade. Mas não deixa de ser uma surpresa como ainda há filmes que ganham à concorrência graças a valores como a singeleza, o bom gosto e a verosimilhança e actualidade de uma história, que é como quem diz de um argumento.

Lone Scherfig realiza o filme com a habilidade própria de quem tem sentido de timing para encadear numa mesma cena toda uma vida de uma personagem - diria uma geração - e os actores fazem o resto, especialmente a prestação perfeita do par central de protagonistas constituído por uma surpreendente e absolutamente refrescante (virginal) Carey Mulligan, e por Peter Sarsgaard, reconfirmado aqui como tendo um especial talento para papéis algures entre o insinuante e pérfido. Cinema assim dá saúde e faz crescer…

quarta-feira, março 03, 2010

Hoje, se pudesse, estaria aqui:


E, mesmo depois de ouvir qualquer coisa do mestre, não arredaria pé enquanto não o fizesse autografar os disquinhos todos que pudesse.

Filmes em revista sumária # 191


Scorsese é Scorsese e o resto é conversa. Mas quando assim é a bitola que se lhe exige é assumidamente muito elevada. Se o autor de «Shuttering Island» fosse outro qualquer que não o autor de «Raging Bull» pois não haveria polémica nenhuma, muito menos decepção. Mas como assim não é… tudo o que com a assinatura de outrem seria encarado como um exercício simpático e vistoso de visitação ao universo “Twilight Zone”, ou ao clássico de Fuller, «Shock Corridor», com algumas cenas muitíssimo bem conseguidas de frisson (ex. a sequência nas arribas) e outras tantas de prodígio visual (ex. o onírico sempre que entra em cena a mulher de Daniels, mas sobretudo na primeira e fabulosa sequência, a fazer lembrar «Nosferatu»), a verdade é que assinado por Scorsese assume foros de desilusão, fracasso e mediocridade, compactado sob o chavão: Marty está em acentuado declínio. Ora, tratando-se de um génio, isso é cair num erro crasso. Deixemo-lo, pois, à solta e aguardemos pelo próximo, com Di Caprio, pois então.

segunda-feira, março 01, 2010

E posto isto Oliver Reed, sempre


E posto isto, a minha lista de lobisomens continua a ser liderada pelo filme de Terence Fisher, de 1961, «The Curse of the Werewolf», com um prodigioso Oliver Reed, seguido, logo, logo, por «The Howling» (conspirativo), «An American Werewolf in London» (comédia) e «Company of Wolves» (fábula).

Filmes em revista sumária # 190


«Lobisomem» é de facto um filme medíocre, a roçar o mau, mesmo, não fora o ambiente de terror “à la” Hammer que, aqui e ali, se vai mantendo ao longo do filme (nevoeiros, grandes planos, carga erótica, recriação de época, etc.). Mas, no cômputo geral, é de facto um filme menor, com um argumento de trazer por casa, de onde apenas se retêm algumas sequências, aliás fartamente decalcadas de outros tantos filmes por aí feitos sobre esta e outras temáticas. Constitui, mesmo, um desperdício de actores, já que Benicio del Toro e Emily Blunt (Hopkins anda em piloto automático)sabem e podem muito, muito mais. O problema está no realizador e dele não é possível fugir…