quarta-feira, junho 30, 2010

Relendo o clássico dos nossos clássicos :


«As escadas rolantes do Capitólio


Foi aí pelos finais dos aos 80. Luís de Pina ainda era vivo. Ele é que me desafiou a descermos dois quarteirões da Avenida para espreitar o Capitólio. Este ainda estava activo, embora especializado em filmes pornográficos. Quem nos visse (director e subdirector da Cinemateca, que à época éramos) entrar pelo velho edifício de Cristino, já a desconjuntar-se, pensaria que aos programas da Barata Salgueiro preferíamos uns pornos indigentes, desses de “abrir porta – fechar porta”, para não falar de outras aberturas e de outros fechamentos.
Mas não eram coxas quentes o que buscávamos. Entráramos ali para estudar um pouco aquele espaço (o que restava dos foyers e dos camarotes) e, metendo conversa com um velho porteiro, conseguimos mesmo que ele nos deixasse descer à cave, que abriu e iluminou para nós. Era um espaço imenso e vazio, à excepção de uns trastes que alguém deitara para ali, com preguiça de os transportar até ao caixote de lixo mais próximo.
Foi nessa cave que a ideia que trazíamos começou a tomar corpo. Aquele vasto espaço já a cheirar a ruína, mas ainda com vagos vestígios do esplendor de outras eras, devidamente restaurado, podia prestar-se magnificamente à ideia de um Museu do Cinema, de que já se falava nos corredores da Cinemateca. Das traseiras do prédio da Barata Salgueiro, que dão para a Rua do Salitre, até ao Parque Mayer era um pulo e a Cinemateca podia assim ter um prolongamento quase natural e convenientemente urbano.
Poucos anos antes, nuestros hermanos da Filmoteca Española, com quem estreitávamos relações por esses tempos, tinham recuperado um belo cinema dos anos 20, na Calle Santa Isabel, em pleno centro de Madrid: o Doré, que fechara portas, depois de ter sido cinema de primeira e cinema de segunda, e ia ser demolido. Foram a tempo. Fizeram um restauro impecável e transformaram-no numa das mais belas salas de cinemateca do mundo. Confesso que fiquei roído de inveja a primeira vez que lá fui e comecei a pensar no que ainda se podia fazer (já lá vão 20 anos) de salas equivalentes, da mesma época ou um bocadinho posteriores, ainda existentes em Lisboa.
Portugal sempre deitou o passado borda fora, talvez a mais visível herança que os navegantes nos deixaram. Inventaram-se e inventam-se muitas desculpas: o terramoto de 1755, as invasões francesas, o espólio que o futuro D. João VI levou para o Brasil, num feito que está na moda apresentar como profético e até visionário e que continuo a pensar ter tido mais trementes motivações. Todos têm as costas largas, como as têm as pilhagens posteriores aos conventos e igrejas, os anéis que se venderam para salvar os dedos, etc., etc. Conservar não está no nosso feitio, mesmo nos mais conservadores. Pense-se, por exemplo, nos cinemas de Lisboa.
Quando eu andava de calções, havia o São Luiz (que já tinha sido Theatro D. Amélia e Teatro República, até se fixar no título do visconde que era proprietário dele), havia o Tivoli, que nunca tinha sido nada antes, pois nascera para cinema em 1925; havia o Éden de Cassiano, grande novidade dos anos 30; havia o Politeama (que antes dos primeiros acordos, sempre malfadados, se chamava Polytheama) e também trocara vocação teatral por vocação cinematográfica; havia o Ginásio, ao pé do Trindade, outro convertido ao cinema e que, nos anos de que me ocupo, cheirava a nazi que tresandava; havia o Condes, o primeiro “grande cinema moderno” de Lisboa, inaugurado em 1917. Por ordem descendente eram as salas do tout Lisbonne quando o tout Lisbonne ia ao cinema. Depois havia o cinema de reprises, ou seja os que repunham os filmes das salas nobres para gente mais pobre, normalmente em programa duplo, quase sempre cinemas de bairro. Havia ainda algumas salas de estreia menos conceituadas como o Odéon, o Palácio (explorados pelo mesmo proprietário, tinham quase sempre a mesma programação), o Olympia, onde ia o maralhal ver as séries do Capitão Tormenta ou os primitivos super-homens, ou, último em data, o Capitólio, ilha cinematográfica entre os teatros do Parque Mayer, inaugurado em 1931.
Conheceu duas plantas (Cristino da Silva) a primeira polivalente, a segunda já em exclusividade cinematográfica. Foi esta que eu conheci e, se as minhas fontes me não falham, assumiu plenamente essa vocação em 1946. Ano, aliás, em que no Capitólio se estreou uma das máximas obras-primas da história do cinema: Man Hunt de Fritz Lang.
Depois, já eu não andava de calções, inauguraram-se as grandes salas com milhares de lugares: o S. Jorge, o Monumental, o Império, em catadupa dos primeiros anos 50. Era o scope, era o VistaVision, eram os 70mm, com apoteose no super-écran do super-Monumental.
Que reste-t”-il de nos amours? O Tivoli, o Éden, o Ginásio, o Condes foi um ar que lhes deu e quem vê fachadas não vê interiores desabridos. Resta o Império, mas para as missas da IURD e não mais para os cinéfilos. Resta o S. Jorge, partido às fatias, e que só se salvou devido à bendita teimosia de João Soares; resta o S. Luís (onde vai o z!) mas cinema não é com ele e teatro só quando o rei faz anos; restam duas ruínas: o Odéon e o Capitólio, há muito encerradas, a apodrecerem aos poucos ou aos muitos.
O Capitólio do “meu tempo” tinha duas novidades decorativas que deram brado: uma escada rolante, a primeira escada rolante que existiu em Portugal, e que, embora só rolasse a altura de um lance de escadas, era o gáudio dos indezes e o terror das sogras de meia-idade, que, ao chegarem lá acima ou cá abaixo, caíam nos braços da família, bradando em vernáculo “we made it”; uma esplanada no terraço para as noites de Verão, onde os monstros da lagoa negra evoluíam com o céu como limite. Havia quem levasse cobertores ou para não ter frio ou para conhecer melhores calores.
Depois, o terraço fechou, a escada levou sumiço, com o 25 de Abril vieram as gargantas fundas, até que, nos anos 90, aquilo fechou de vez.
Foi nessa altura (segunda metade deles) que a Cinemateca esteve mais perto de se abeirar do Capitólio. Em 1997 (era ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho, era presidente da câmara João Soares) a Cinemateca, termo de que aliás o inventor dele (Henri Langlois) não gostava, assumiu, até na letra da lei, a sua vocação de Museu do Cinema, como ainda hoje se continua a chamar. Como museus do cinema, Langlois sempre as concebera e quem ainda conheceu o espaço mágico que ele construiu e programou no Palais Chaillot, em Paris, (hoje, infelizmente, ido com o vento) percebe donde ele queria partir e onde ele queria chegar. Um espaço expositivo que traçasse a história da grande arte das luzes e das sombras, desde o século XVI (ou antes) até hoje e ao que depois de hoje vier. E todos os caminhos iam dar a Roma, sendo Roma a grande sala de cinema onde se expõem os filmes.
Aprovada a concepção teórica, em Portugal 97 como já disse, faltava cumprir a finalidade última dela: ou seja, transformar o Museu virtual que a Cinemateca hoje já é (após a remodelação dos seus edifícios em 2003 e a conversão do antigo Salão Foz na Cinemateca Júnior, faz hoje precisamente um ano) num Museu do Cinema “real”, se é que a realidade se casa com sombras e luzes, como há quem diga que sim e como há quem diga que não.
E assim ressurgiu, nas tais boas intenções de que o inferno está cheio, a ideia de estabelecer um percurso coerente, geminando a moradia da Barata Salgueiro ao Capitólio. Manuel Maria Carrilho chegou a anunciar publicamente que assim ia acontecer, em 1999, quando o destino do Parque Mayer passou para as bocas do mundo.
Depois veio Pedro Santana Lopes (para a Câmara) e, no auge da polémica, chegou a bradar um dia, num debate televisivo, que o seu vasto projecto culminava com a transformação do Capitólio em Museu de Cinema, sob a minha orientação, calando com esse argumento ad hominem um atónito Eduardo Prado Coelho.
Ainda me convidou para um jantar com Frank Gehry (era o tempo dele) mas sinceramente não fiquei com a impressão que a ideia do museu fosse a que mais entusiasmava o arquitecto, que obviamente não morria de amores pelo que restava do Capitólio e se propunha até – se bem o entendi -demoli-lo e construir-lhe um replicante com outra orientação.
Depois, tudo teve o destino que se sabe: Santana Lopes, o projecto Gehry, a própria recuperação do Parque Mayer.
Leio agora – e foi essa leitura que me despertou para um memorialismo menos desinteressado do que é costume – que está constituído um júri, ou coisa que o valha, presidido por Nuno Teotónio Pereira, para apreciar novas ideias e novas finalidades para um Capitólio a que se quer voltar a dar a traça primitiva de Cristino (Deus os ouça, que eu só acredito quando vir).
Cinema? Com o que por aí vai de aflições, (“oh meu amor, antes fosses ceguinha!”), não auguro um futuro muito brilhante. Basta olhar, quase ao lado, para a visão melancólica do cabisbaixo S. Jorge, a abrir em dias pares e a fechar em dias ímpares, ao sabor de eventos que por lá ficam a boiar.
Teatro? Se o que se diz é que nem os teatros vizinhos vão subsistir, de tal modo morreu o género que lhes dava vida, também não me parece sorte desejável. Além do que, seria uma curiosa ironia da história, ver o edifício que no Parque Mayer foi cinema insular, transformar-se no teatro insular dele. Museu do Teatro? Ao que sei, o que existe está bem e recomenda-se e também seria historicamente contra-natura naquele espaço povoado por tantos fantasmas cinéfilos.
Porque não – por uma vez – considerar o que um museu do cinema (pense-se, por exemplo, no que o museu de Turim trouxe à cidade no espaço recuperado da Mole Antonelliana) podia significar num lugar com tal história e tão confinado à Cinemateca.
Sou suspeito? Claríssimo, mas não sou suspeito do costume. Do que se trata seria mesmo de uma enorme inovação nos nossos costumes, quer na recuperação da memória quer na projecção dela para o futuro. As escadas já rolaram uma vez, quando ainda nenhumas outras rolavam em Lisboa. Porque não fazê-las rolar de novo, no fecho de uma abóbada?

PS – Para a semana que vem – 27 de Abril – vou faltar outra vez. Uma semana noutra cidade. Depois, conto. Eu conto sempre.



In Público (20/4/2008)
João Bénard da Costa»

Colados para sempre #3

terça-feira, junho 29, 2010

Enquanto isso



Dexter desenvencilhava-se do serial killer, e seu adversário tenaz, Trinity (soberbo John Lithgow), mas também da chatérrima da mulher. Irra. Dois coelhos de uma cajadada, portanto. Um final soberbo da 4ª série. Vem aí a 5ª!

I'm at war with the world and everybody in it.

Ontem, assisti aos últimos momentos de Manny, uma das últimas e grandes interpretações de Jon Voight, no último dos grandes filmes de Konchalovsky. E vivi-os intensamente como se fosse a primeira vez.

quinta-feira, junho 24, 2010

Colados para sempre #2

I am legally dead!



«Fury»

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quarta-feira, junho 23, 2010

Colados para sempre #1

Filmes em revista sumária # 212


O cinema tem destas coisas, sendo que mais uma vez se prova que nunca é tarde para nos reconciliarmos com a História, no caso vertente, corrigindo uma injustiça por via do convencimento das plateias. Ou seja, não fora este filme de Florian Gallenberger e certamente que a figura de John Rabe e o seu papel enquanto responsável pela salvação de centenas de milhares de chineses durante a invasão nipónica aquando da 2ª Guerra Mundial, nunca seriam do conhecimento do grosso da opinião pública, onde me incluo, confesso. O filme está bem feito, é honesto, emociona, prende e consegue evitar os “clichés” tão característicos deste tipo de filme, e só mesmo o final “à americana” do reencontro é que faz descambar a coisa.

segunda-feira, junho 21, 2010

The ultimate purpose of crime is to establish the endless empire of crime.

Nothing from that first day I saw her, and nothing that has happened to me since, has ever been as frightening and as confusing.


Com votos de um excelente Verão!

terça-feira, junho 15, 2010

Filmes em revista sumária # 211


A propósito da solidão obsessiva ou do frenesi maníaco-depressivo pela fuga , a verdade é que é impossível ficar-se indiferente a este belíssimo e sufocante filme da holandesa Urszula Antoniak, onde o cabelo ruivo da obstinada protagonista, Lotte Verbeek (outra holandesa), se confunde com os matizes do campo irlandês por terras do esquálido irlandês Stephen Rea.

Neste filme não há lugar para intimidades ou moralismos: «Nothing Personal» é um filme 100% terra a terra, feito literalmente de turfa e de algas em decomposição; pão pão, queijo queijo, ainda que acompanhado de bom marisco, regado a bom vinho e boa ópera, onde os capítulos primorosamente fotografados que se vão sucedendo são eles próprios negações do que devia acontecer e não acontece porque isso implicaria a subversão do “sistema”, que é como quem diz daria direito a multa sob a forma de canção improvisada.

No final, contudo, o que fica é uma tremenda declaração de amor mútuo plasmada na nudez de Lotte sobre aquele lençol branco imaculando Rea.

segunda-feira, junho 14, 2010

Can't you get those Lazy Legs off that couch, baby?


«Scarlet Street»

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Filmes em revista sumária # 210


«El Secreto de sus Ojos» bem que podia também ser título e letra de tango de Gardel, que seria muito bem merecido. Este filme de Campanella transpira paixão e “chispa” por todos os poros, quanto mais pelos olhos (e língua viperina) das personagens, não fossem elas argentinas. É mesmo um filme que agarra e se cola ao espectador, como se de um tango se tratasse; e, claro, só podia ser um filme argentino, capaz de num só movimento fazer de uma pequena intriga policial, de contornos mais ou menos de faca e alguidar, e de “bocas” irresistíveis; uma soberba história de amor, uma “milonga” triste e sofrida, que é disso que se trata. Absolutamente imperdível, por tudo, mas sobretudo pelo tom de Ricardo Darín e pelos olhos de Soledad Villamil, e, já agora, por esse pequeno “Sordi” chamado Guillermo Francella, verdadeiramente impagável.

sexta-feira, junho 11, 2010

I come as ambassador of King Attilla, who is called lord of the Earth.

Filmes em revista sumária # 209


Verdade seja dita que metade do fascínio de «Io sono l’amore» reside na fabulosa vivenda modernista dos anos 30 que dá pelo nome de Villa Necchi Campiglio e que serve de residência à família ficcionada Recchi. Com efeito, por detrás daquele jardim murado e da fachada austera da casa, há todo um mundo de “décor”, material e humano, feito de folheado a olho-de-perdiz, ao mesmo tempo frio e sofisticado, distante e selecto, onde se vive como que por marcação em agenda mas onde é possível despontar para um “coup de foudre”.

Assim, simultaneamente ao retrato esterotipado e politicamente correcto de uma família milanesa construída em torno de um cavalheiro de indústria (personificado no veteraníssimo Gabriele Ferzetti, e na sempre elegantíssima Marisa Berenson, sua mulher), o inspiradíssimo realizador siciliano Luca Guadagnino dá asas à sua câmara para produzir, a partir de um trágico ruir do castelo de cartas que sobrevivia graças ao patriarca, um magnífico manifesto aos cinco sentidos em que a Natureza e o arte da gastronomia se aliam virtuosamente ao desabrochar amoroso. Um filme ópera? Sem dúvida.

Verdade seja dita, também, que título e “poster” promocional dão a este filme um tom piroso que depois, ainda bem, não se confirma de todo. Verdade seja dita, ainda, que Tilda Swindon está magnífica, enquanto mulher que se arrisca a passar ao lado da vida. Não tanto, porém, quanto os actores que fazem de seu marido e de sua ama. Já o cozinheiro e o filho primogénito mereciam outros actores se bem que, quem sabe, não estará na sua subalternização evidente um dos pontos-chave do sucesso deste filme.

quinta-feira, junho 10, 2010

Filmes em revista sumária # 208


«A Boy and His Dog» é um clássico “road movie” de “sci-fi” dos anos 70, em que um rapaz e o seu cão peregrinam por um planeta Terra devastado e desértico pelo nuclear em busca de alimento, decorrendo a acção no início do séc. XXI. «Wendy & Lucy» é a transposição para este preciso século de uma trama idêntica, já não de ficção científica mas da realidade da América profunda. Desta vez a parelha é composta por uma rapariga (e que actriz é já Michelle Williams!) que foge, imagina-se do quê, rumo, sabe-se bem ao quê, e por uma cadelinha arraçada e tão ingénua quanto a dona.

No caso, trata-se de mais uma estreia (ainda que tardia) do bom cinema independente norte-americano, que continua, na maioria esmagadora dos casos, fiel às suas raízes e a proporcionar filmes como este que agarram o espectador a partir da mais banal das histórias; história de amizade e solidariedade. Faz lembrar Steinbeck e Ford. Não há melhor elogio que se possa fazer à realizadora Kelly Reichardt, que vai acumulando prémios por cada filme que roda.

quarta-feira, junho 09, 2010

Dedicated to the German people

We've decided she's our dream girl just from that picture.

Filmes em revista sumária # 207


«Alma Perdida» é a modos que a versão cómica de «Beeing John Malkovich», e parte de uma ideia brilhante: o serviço de extracção e congelamento de almas, a pedido (naquilo que será uma inovação no ramo da ficção científica … a alma ser materializada num grão de bico é genial) como saída para a crise existencial e para a falta de inspiração; para uma extrapolação “déjà vu” em direcção à tenebrosa máfia russa e ao tráfico de almas. No meio, lá vai piscando o olho ao título de referência na literatura russa de Gogol, aí não congeladas mas tão só mortas.

O filme vive sobretudo desse actor extraordinário que dá pelo nome de Paul Giamatti, e cai imediatamente a pique quando o enredo passa à vulgata politicamente correcta, por vezes ridícula.

terça-feira, junho 08, 2010

I believe that the moon is rich in gold



«Frau im Mond»

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Filmes em revista sumária # 206


Com três letrinhas apenas se escreve a palavra mãe, é das palavras pequenas a maior que o mundo tem. O verso popular aplica-se que nem uma luva a este «Mother», do coreano Bong Joon-ho, que nunca chegando a um estado de perfeccionismo (talvez se fosse japonês …) sofrido digno do homónimo mudo de Pudovkin (1926), baseado em Gorki; é, no entanto, um filme, que por via de uma trama policial ao jeito de “who done it?”, consegue manter uma empatia positiva permanente com o espectador. Muito por força do fácies da personagem central. Também por força da sua obsessiva protecção ao filho. O final é uma lufada de ar fresco: quem não gostaria de espetar uma agulhinha 13 polegadas abaixo da parte interior da coxa, para poder libertar os nós que lhe vão apertando o coração?

quarta-feira, junho 02, 2010

Enquanto isso


Michael Kohlhaas agita-se intrepidamente desde a base da pilha da mesa-de-cabeceira, protestando pela sua posição na lista de espera. É que o homem ilustrado (Argonauta, atenção!) está em vias de passar à frente da edição pioneira da editora refractária. Esqueci-me de distribuir senhas. Vias de facto em perspectiva?

I want to go where my beloved is!



«Der müde Tod»

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There's only one thing on this earth more important than money, and that's land.


Um filme gigante onde tudo é gigante. William Mellor e Dean contribuiram em muito. Lá no meio, mas não perdido, Hopper.