segunda-feira, agosto 21, 2017

Obituário: Jerry Lewis (1926-2017)


Como se diz agora, ele era da família (por sinal cada vez menos numerosa). The master of the visual gag (in obituário da BBC) morreu ontem aos 91 anos, depois de largas dezenas de filmes e outras tantas ou mais personagens (se nos lembrarmos das vezes em que protagonizou várias no mesmo filme) e milhões de gags … dois bypass, três ataques do coração, um cancro e as costas feitas num oito, desde que levou com um piano em cima nos anos 60. Ainda teve tempo para dar espectáculos ao vivo por todo o lado e ser filantropo a sério. Falando de cinema(s) a ele associo sempre três salas, todas elas extintas vai para muito tempo: Berna, Caleidoscópio e Vox, onde via quase tudo quanto ele fez de bom e de menos bom nos anos 60, 70 e 80. Mas é da TV que retenho os melhores momentos do muito que com ele chorei a rir, desde logo daqueles seus shows que passavam no então “serviço público de televisão”, em que cantava, tocava e dizia e fazia larachas como ninguém, de lacinho de banda e uma garrafinha de qualquer coisa para ajudar à coisa. E dos filmes, claro, que nunca deixavam de passar ao fim-de-semana (ainda a preto e branco) ou quando tal era preciso para levantar o moral, quer como parceiro de Dean Martin, quer já a solo (uma separação que só lhe fez bem, aliás) - que dizer dessa maravilha da comédia chamada The Bellboy (1960)?


N.B. Aguardo que a RTP faça a devida homenagem a Jerry Lewis, porque as peças e notas de rodapé de ontem foram simplesmente vergonhosas.

quarta-feira, agosto 02, 2017

Obituário: Sam Shepard (1943-2017)


My old man tried to force on me a notion of what it was to be a 'man.' And it destroyed my dad, disse uma vez.
Foi-o e gigante. Discretamente. Sem ele não teria havido «Paris, Texas». E sem ele «Days of Heaven» não teria sido o que é: o melhor dos filmes de Malick.

Obituário: Jeanne Moreau (1928-2017)


E são tantos os seus filmes que é impossível passá-los a pente fino, um por um, naqueles em que melhor estiveram os seus olhos ou os seus lábios. Já à sua voz inconfundível, é impossível deixar de ouvi-la em «L'Amant», de Annaud, féminine, grave, légèrement voilée , como tão bem referiu a Paris-Match.