segunda-feira, julho 10, 2006

Até que a morte as separou

Se já Rousseau considerava que o mais atractivo da Botânica residia na cadeia de ideias acessórias que propicia (prados, águas, bosques, solidão, paz, repouso, etc.), mas que por outro lado se deve a Lineu o facto de ter retirado a Botânica das escolas de farmácia (in "Devaneios de um Viajante Solitário); percebe-se perfeitamente como o botânico das duas "filhas" se entretinha com o seu mundo, de forma déspota e autista, não se apercebendo da trama que se desenrolava entre filha e pupila, por entre aquele maravilhoso jardim insular, inspiradas por vapores inebriantes, e que os tentáculos do Grande Timoneiro iriam cortar rente, sem apelo nem agravo.

O verdadeiro pecado deste «As Filhas do Botânico» é querer emoldurar-se, digamos assim, o quadro da relação amorosa, em moldura pirosa, não se abstendo de usar música pró-Morricone, pombinhos a voar em juras de eterno amor, meninas órfãs, abuso de cenários idílicos (do Vietnam porque Mao ainta está presente na China actual, oh se está), etc.

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