Na volta de Almodóvar
Pedro Almodóvar é um realizador que não deixa ninguém indiferente; pela sua irreverência, pelo humor negro que incute aos seus filmes, e pela capacidade que teve em relançar o cinema espanhol, até aí assente em 2-3 velhos pilares "incontornáveis". Mas, curiosamente, o que mais me encanta no cinema do autor de «Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos» é o seu romantismo, a sua capacidade em acreditar que os sonhos se tornam realidade; capacidade que chega a ser masoquista, de que «Todo sobre mi Madre» e «Habla con Ella» são exemplos maiores.
Desta vez, os manos Almodóvar (seja feita justiça!), decidiram voltar ao humor negro, à província, aos tiques exagerados («Volver» é o nome de um tango, é preciso não esquecer!), ao cacarejo do mulherio. E fazem-no utilizando um pouco de tudo, decalcando personagens e cenas inteiras do neo-realismo, do sério de um De Santïs ou de um Rosselini, mas também do cómico de um Scola ou de um Risi. Chega até a haver soluções à Hitchcock (veja-se o destino dado ao corpo do marido, por exemplo).
«Volver» é um filme engraçado q.b., de um realizador que já nos habituou a um tal padrão de qualidade que tudo quanto seja abaixo de óptimo é mau. O filme peca, no essencial, por uma coisa: nisto dos filmes (tal como em muitas outras coisas, aliás), cópia por cópia é sempre preferível o original; por isso mesmo, e por mais que Pedro Almodóvar e Pé se esfarrapem, nada há que substitua uma Ana Magnani em «Bellissima». Ah!, é verdade, o mesmo se aplica ao tango do imortal Gardel: uma coisa é ouvir-se «Volver» da boca do argentino, outra é ouvi-lo pela boca, em playback, de Pé. Cada macaco no seu galho.
Desta vez, os manos Almodóvar (seja feita justiça!), decidiram voltar ao humor negro, à província, aos tiques exagerados («Volver» é o nome de um tango, é preciso não esquecer!), ao cacarejo do mulherio. E fazem-no utilizando um pouco de tudo, decalcando personagens e cenas inteiras do neo-realismo, do sério de um De Santïs ou de um Rosselini, mas também do cómico de um Scola ou de um Risi. Chega até a haver soluções à Hitchcock (veja-se o destino dado ao corpo do marido, por exemplo).
«Volver» é um filme engraçado q.b., de um realizador que já nos habituou a um tal padrão de qualidade que tudo quanto seja abaixo de óptimo é mau. O filme peca, no essencial, por uma coisa: nisto dos filmes (tal como em muitas outras coisas, aliás), cópia por cópia é sempre preferível o original; por isso mesmo, e por mais que Pedro Almodóvar e Pé se esfarrapem, nada há que substitua uma Ana Magnani em «Bellissima». Ah!, é verdade, o mesmo se aplica ao tango do imortal Gardel: uma coisa é ouvir-se «Volver» da boca do argentino, outra é ouvi-lo pela boca, em playback, de Pé. Cada macaco no seu galho.
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