segunda-feira, abril 23, 2007

Filmes em revista sumária # 43


Pode funcionar primordialmente como memento para os mais esquecidos da era Honeker, que convém não esquecer, claro; mas, como tenho ainda presente a ditadura dos Trabant, os fuzilamentos dos que tentavam passar para o lado de cá e, sobretudo, os relatos do «desenvolvimento» do lado de lá; prefiro ver «As Vidas dos Outros» como sendo uma dramática, complexa e extenuante teia de relações amorosas e intelectuais, que se vai desenrolando acto a acto, desvendando personagens ricas, cada qual à sua maneira, capazes cada uma delas de nos surpreender no mais ínfimo detalhe. Realce para a excelência das interpretações, e para a fabulosa composição de Ulrich Mühe, como «homem bom» e corruptível pela Arte, por detrás da máscara inquisitória e robotizada de um agente e instrutor da Stasi. Lembra «The Conversation», de Coppola. É o cinema alemão a tentar voltar ao que era, mas ainda «contaminado» pelo trauma do Muro.

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