Filmes em revista sumária # 70
A máxima «tudo o que é demais enjoa» não se aplica neste «Paranoid Park», «enésima» revisitação de Gus Van Sant ao universo teenager, seus traumas e conflitos, suas conivências e ambivalências. Muito menos se trata de uma versão pomposa dos habituais filmes de um seu colega de profissão; Larry Clark, bem entendido. Por isso, o filme vê-se com agrado. Com efeito, por mais monótono que o ritmo se pareça ao espectador mais incauto, e por mais pesado que seja o barulho dos sucessivos malabarismos de skate, a verdade é que este filme é um belo de um filme, senão veja-se:
«Paranoid Park» está superiormente fotografado (com alguns planos a lembrarem o inesquecível «Verão de 42» e uma profusão de cores, luzes e filtros, combinando os grandes planos do protagonista com planos de profundidade irrepreensíveis) e está realizado com um fio condutor muito bem montado, sempre que possível, cruzando o real e o onírico (a cena de sexo é um prodígio de encenação), e, geograficamente falando, o parque em questão funciona como tubo de escape para uma série de adolescentes que precisam disso mesmo, um escape, a modos que o parque de diversões do insuperável Pinóquio. Um acidente trágico, vai fazer o protagonista «cair na real», ou talvez não.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial