E faço minhas as palavras certeiras e concisas de Sérgio H. Coimbra, no «Meia Hora»:
«A Cinemateca começa a celebrar amanhã 50 anos de carreira. A primeira cerimónia é a exibição de O Feiticeiro de Oz, uma das mais extraordinárias fantasias alguma vez passada num ecrã de cinema. A Cinemateca temsido como uma bolha de ar, um lugar onde se pode respirar numa cidade – como num país – onde a “cultura” anda constrangida. Desde os anos 50 do século passado que a Cinemateca mostra aquilo que os portugueses não podiam ver (até 1974) ou desconheciam (depois dessa data), numa programação sempre excepcional, com actrizes, actores, argumentistas a passarem pelas suas salas como se fosse uma permanente amostra de irrealismo. A magia de Hollywood, Cannes e Cinecittà juntas numa esquina portuguesa. Esta realidade muito para lá do que fazemos por merecer tem um realizador: João Bénard da Costa. Sem este homem com vários HH maíusculos, a Cinemateca seria provavelmente hoje um Parque Mayer do cinema. Ouvi um destes dias um comentário da ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, sobre “verbas” que transitavam de orçamento em orçamento na Cinemateca (quer dizer, será uma das poucas instituições públicas onde o dinheiro não vai para o lixo), e que a senhora achava que deviam servir para abrir um ramo da instituição no Porto, o que não acontecerá, acrescentava a madame, enquanto Bénard da Costa estivesse à frente da Cinemateca. Não tenho nada contra o Porto, é até provável que para ali deva ir parte da instituição, mas criticar Bénard da Costa porque não desbarata impostos...A ministra foi despedida, com justa causa pelos vistos. Bénard da Costa continua connosco, isso sim.»
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