Sobre a fidelidade:
«De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.»
Vinicus de Moraes, «Soneto da Fidelidade».
Por sinal, fiquei a saber muito recentemente, que o mesmo foi escrito em Portugal, mais propriamente no Estoril, aquando da passagem de Vinicius pelo Hotel Paris, entre 7 de Setembro e 4 de Outubro de 1939. Fiquei a sabê-lo na agenda cultural da Câmara Municipal de Cascais, a quem agradeço tão boa informação. Acontece, porém, que há um equívoco que gostava de ver esclarecido: no último verso da primeira quadra, sempre o escutei 'dele se encante mais meu pensamento' e não, como aparece no texto da agenda cultural, 'dele se engane mais meu pensamento'. Será que Vinicius escreveu dois versos diferentes? Alguém esclarece?
1 Comentários:
Na antologia que tenho dele, organizada pelo O'Neill, está «encante». Aliás, assim é que faz sentido.
Abraço.
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