sexta-feira, abril 03, 2009

Filmes em revista sumária # 140



A dúvida persiste ao fim de quase 6h de díptico de Soderbergh, um dos mais talentosos realizadores da actualidade, mestre da montagem e dos planos ousados, ultimamente dedicado a trazer até nós a sua visão de Che, a partir dos rabiscos deixados pelo próprio no seu diário. Tecnicamente, o filme é quase imaculado, ainda que a primeira parte, «O Argentino», esteja claramente muitos furos acima da segunda, «Guerrilha». Mas, a dúvida persiste:

Quem foi Che Guevara? Dito por outras palavras; ainda não foi desta que se fez a biografia definitiva do maior ícone pop dos anos 60, ele que foi/é adorado como padroeiro da Revolução, por uns (grande maioria, diga-se, pelo menos daqueles que se exprimem...), um romântico visionário, um timoneiro quixotesco; e, por outros, menos, um pseudo-estratega, 'um rei em terra de cegos', ultrapassado pelas próprias circunstâncias e traído pelos seus. O certo é que a lenda persiste e está para durar.

Vê-se que a intenção de Soderbegh é boa e cheia de entusiasmo, mas nunca esse entusiasmo é contagiante. Não que Del Toro não seja um excelente actor, que o é e muito, e que não se tenha transmutado em Che, que o fez - aliás sem nunca recorrer ao tique fácil, ao trejeito recorrente, sempre tão típico de biopics (basta ver a interpretação do actor que faz de Fidel para se ver as diferenças...). Mas o filme não empolga, talvez porque a opção tenha sido muito 'documantalista'.

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