quinta-feira, junho 18, 2009

Filmes em revista sumária # 150



Sendo, como é, um realizador difícil, «Génova» não foge à regra, comum a todos os outros filmes de Michael Winterbottom, i.e., embora visualmente poderoso e rodado como que em “tempo real”, tirando partido de uma Génova inimitável e de uns arredores de assombro (San Frutuoso, Camogli, Santa Margherita Ligure, Sestri Levante, etc.), o filme acaba por soçobrar no seu cômputo geral, por mais que o elenco (de realçar a interpretação da pequena “pérola” Perla Haney Jardine) e a fotografia se esforcem por compensar o argumento “redondo”, que não ata nem desata, aliás.

Mais uma vez Winterbottom promete mais do que consegue, ou seja, deixa mais uma vez no ar uma certa sensação de frustração por ter estado tão perto de um filme magnífico, com todas as componentes para o ser (a acrescentar aos cenários, ao elenco, ao drama familiar, tem ainda o campo do fantástico por explorar) e que inexplicavelmente nunca chega a sê-lo.

Ficam contudo na retina algumas imagens inesquecíveis desta saga de uma família atingida pelo drama, que de uma fuga em frente para a terra dos Dória, acaba por reencontrar a unidade perdida, por força da ameaça iminente de novo drama, conduzida aqui pela mão (literalmente) do além. Exemplos dessas imagens são as das velas que Perla Haney Jamine vai acendendo em tudo quanto é igreja genovesa, as idas e vindas de Vespa da irmã mais velha, os vertiginosos flirts desta, aqui e ali e em desafio com o pai; o mar e as cores de San Frutuoso. E o rosto de Catherine Keener e uma Génova de contrastes, sempre bela e indissociável de certa canção de Paolo Conte.

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