Filmes em revista sumária # 297
A grande mais-valia de «Contágio», de Soderbergh, não é tanto a sua excelência enquanto filme, mesmo no lado policial da coisa – diga-se, contudo, que extremamente eficaz –, mas tão somente aquelas horas, poucas, claro, depois do filme, em que os espectadores mais apurados passam a ver com outros olhos os puxadores, corrimãos, copos, etc. e a suster a respiração (ou a fugir) perto de quem desata a espirrar e a tossir sem o mínimo de cuidado com o raio de acção do dito cujo. O problema, claro, é que esse efeito é sempre de pouca dura…
Voltando ao filme propriamente dito, Soderbergh volta de certa maneira ao tempo e ao modo de «Erin Brockovich», só que desta vez a culpa não é dos tenebrosos industriais sem escrúpulos (vá lá) mas da banana, do morcego, do porco e do “porco” que não lava as mãos antes de cumprimentar a Paltrow. É, pois, um filme que combina bem a ficção com o policial, e que ficaria muito bem na galeria de uma «Twiligh Zone», portanto, tendo ainda um toque de actualidade extra com a alusão ao papão da Net.
Damon está de pedra e cal, como sempre. As magas Paltrow e Winslet, essas estão subaproveitadas, o que é pena. Já o veterano “secundário” Elliott Gould faz o que quer das cenas em que entra. Mas pedir-se mais de «Contágio» seria impossível, pese embora os créditos técnicos habituais em Soderbergh, que nunca os deixa por mão alheia.
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