Filmes em revista sumária #302
Está visto que o bom gosto comprovadamente militante e o esforço abnegado de Clooney enquanto actor-realizador (e sei lá mais o quê) de «The Ides of March» não foram bastantes para fazer levantar este filme de uma certa banalidade, dada como certa à partida, aliás, após um visionamento atento do respectivo trailer. Talvez que fosse pedir demais a Clooney (fosse este um filme de John Frankenheimer, por ex., e talvez existisse a indispensável panache, sem a qual determinado filme pode nunca ficar para a posteridade, seja lá o que isso for), talvez não. Às vezes – e quem nos dera que assim não fosse - não basta “querer fazer” mas antes saber como fazer …
Ainda por cima porque filmes acerca da política (com “p”, leia-se), ou melhor, acerca dos seus bastidores, jogos, traições, chantagens, submissões e outros “ões”, bem como dos políticos (outra vez com “p”) há deles às carradas e de quase todos já todos estamos fartos, eu, pelo menos, estou … até porque temos na maior parte das vezes temos que levar com o(s) que temos. Muito sinceramente, já foi feito muito melhor sobre este tema.
As interpretações são boas (com Marisa Tomei à cabeça, enquanto jornalista) e há um certo clima, mas basta imaginarmos algumas cenas do poderoso «Júlio César» de Mankiewitz, por ex., ou seja, dos verdadeiros “Idos de Março”, para que este filme de Clooney esteja condenado a ser mais um filme sobre o mesmo; a intrujice da política que quase nunca é feita com “P”.
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