Filmes em revista sumária #310
«Melancolia» é um filme impróprio para … melancólicos, sob pena de se deixarem ir cadeira abaixo, profundamente deprimidos perante o mundo que pode acabar já amanhã … destino fatídico, ou por choque inevitável deste nosso planeta com algum outro em rota de colisão connosco. Ou talvez porque realmente somos nada, é o que é. Sintomático disso mesmo a falta de coragem, a recusa da noiva em dar o passo seguinte, ou ao cavalo igual falta da dita em transpor a ponte para a outra margem. Andamos aqui a fazer o quê? Aparentemente, nada, apenas a (ver) passar o tempo, até sermos chamados de volta às origens. Nem há ciência que nos valha, muito menos todo o dinheiro e todo o luxo do mundo. Trata-se apenas de corrente eléctrica, e da falta dela.
Visualmente, perfeito, é pena conntudo que por vezes (e não são assim tão poucas…) se fique com a sensação de que sem Wagner, Kirsten Dunst e aquela fotografia de assombro (mesmo que alguns dos mil e um planos pictóricos sejam repetentes em Von Trier), tudo o resto de «Melancolia» seja oco, melhor dito, vazio; e isso é visceralmente terrífico, claro. Talvez seja por isso que o filme não tenha a receptividade que almejaria à partida, e também porque os tempos actuais não podem correr de feição a obras como «Melancolia», como não correram a Tristão e Isolda…
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