quinta-feira, março 08, 2012

Filmes em revista sumária #330


«Le Havre» é um dos pequenos-grandes filmes do finlandês Aki Kaurismäki, regra geral mensagens de esperança repletas de pormenores deliciosos. Um cinema tão característico que é fácil descobri-lo, a ele e às suas personagens centrais, na “multidão”. O reformado que vive de engraxar sapatos, o cliente que se revela gangster e é abatido mal se levanta do banco, a mulher estrangeira que vive para ele seu 2º marido, o mealheiro que é municiado para “a” oportunidade que há-de vir, aquelas “santas” personagens que habitam a inevitável taberna, o petiz imigrante clandestino (que foge “à la” Bresson), o milagre daquelas vidas; os planos e os diálogos dignos de Carné, as flores e as barracas saídas de Tati, as cores de um tempo perdido não se sabe bem onde, as expressões imóveis das personagens esperando pelo tempo de entrada em cena (vidas em suspenso?), o humor refinado, tudo isso faz deste filme uma verdadeira pérola de optimismo no meio de tanta pirotecnia urbano-depressiva a ser projectada por aí (as nuvens dissipam-se com o cinema de Aki…). André Wilms e Kati Outinen estão superlativos.

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