quinta-feira, abril 11, 2013

Filmes em revista sumária #395


Um dramalhão dos sete costados, este «Profundo Mar Azul» - e um título piroso assim afugenta muita gente... –; filme que marca o regresso do nada prolixo (o que é péssimo) mas profundamente nostálgico e contemplativo (óptimo) Terence Davies. Podia ser teatro mas é filme e muito bom. Trata, com irrepreensível bom gosto e sentido apurado da «mise en scène», de um triângulo amoroso, de ‘catetos‘ sob paixão assolapada um pelo outro (e final previsível) e de uma ‘hipotenusa’ em que o amor-carinho-segurança-do-lar acaba por vingar. Davies e o seu trio de actores, liderado pela deslumbrante Rachel Weisz, conseguem momentos assombrosos, como aquele da cena de amor logo ao início do filme (em que em plano picado e ao som de partitura de Barber, vamos tendo diferentes visões, rodando e voltando a rodar, de coxas nuas e tecidos de padrão exótico) e aqueloutros entre diálogos de marido e mulher (e que diálogos!), ou aqueloutras só possíveis num filme britânico, como a do chá com a sogra ou a do convívio no pub. Respira-se por todo o lado a Velha Albion e a fleuma britânicas, neste drama de ‘caixão à cova’. Conclusão: já não se fazem destes filmes, e é pena!

2 Comentários:

Blogger J A disse...

Hummm.....deste rapaz tenho uma pérola gravada cá dentro "The House of Mirth"....!!

Fica na lista de espera !!

Abraco e BFdS

9:54 da manhã  
Blogger Paulo Ferrero disse...

Sim, o rapaz Davies é um grande realizador! Abraço e bom fds, tb!

2:01 da manhã  

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