segunda-feira, agosto 07, 2006

Em «Miami Vice» não há flamingos rosa no genérico, nem há teclado electrónico de Jan Hammer

Muito menos há os fatos Armani de Don Johnson, nem a máscara de Edward James Olmos, na pele do capitão. Perdeu-se também aquele ar kitsch de cores esborrateadas, e muito do panache que fez com que a série de Mann servisse de veículo de promoção a uma Miami então muito esterotipada. Mas se se perdeu muito, também muito se ganhou: acção e ambiente de filme negro, personagens menos para adolescente ver, as balas saem e entram com maior violência.

Michael Mann tem vinte anos a mais, e muitos sucessos acumulados ao seu c.v. No resto tudo igual: polícias mesclados com ladrões, acção e mais acção, perseguições em automóvel, barco e avião; sexo q.b., uma banda sonora "mundo mix"; som e cor para dar e vender. Tudo quase sempre pela calada da noite. Ah, e uma Gong Li tão omnipresente, que até se lhe perdoa o não saber patavina de castelhano, e ter trocado de vestido por três vezes na mesma sequência, a da primeira ida a Havana, fugindo de barco com Farrell!

Por sinal uma das duas sequências (a outra é a da batalha final, nas docas, impregnada de «Heat») de antologia deste belo fime de Michael Mann; esse que é um cineasta obrigatório, mesmo que muitos dos que hoje o aplaudem terem sido quem mais o criticou por alturas da série homónima, há 20 anos ... coisas, que Clint Eastwood tão bem conhece.

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