Filmes em revista sumária # 20
«O Ilusionista» é um filme completamente falhado a partir da primeira meia-hora. Assim, um projecto que tinha tudo para dar certo - enredo (é sempre fascinante a magia), época (é sempre inspiradora a Viena do pré-Grande Guerra) e actores excelentes (Edward Norton e Paul Giamatti) - vê-se cair na mais pura das ilusões a partir desse momento, altura em que esgota os tons e o grão da fotografia, e, sobretudo, a inventiva forma de utilização de contra-campo e plano de profundidade. A partir dos 30 minutos iniciais, o filme passa a ser também uma ilusão, discorrendo sobre uma trama imaginária (tenta-se iludir o espectador com uma nova versão da tragédia de Rudofo, em Mayerling), encenada em cenários húngaros e checos travestidos de vienenses, e, sobretudo, um twist artificial e excessivamente meloso. Os efeitos especiais são sabiamente usados, e a música neo-clássica de Philip Glass é um fiel ajudante; não sendo por aí que o filme cansa, mas sim pelo bloqueio da história. No fim, fica a prodigiosa interpretação de Giamatti, como esbirro de Leopoldo, e o franzir de sobrancelhas de Norton, um daqueles actores a quem basta um tique para conquistarem uma plateia.
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