«Ai, que triste que é esta música!»
Ouvi bem alto, na fila atrás da nossa, Sábado à tarde, enquanto soava o adagietto da 5ª de Mahler, e a Companhia Nacional de Bailado tentava, com êxito, dar corpo e alma à coreografia que Heinz Spoerli idealizou para o bailado "Ever Near, Ever Far".
Teatro Camões quase cheio, entre borlas e semi-borlas, e pessoas que, vindas de filas lá atrás, teimaram em sentar-se em filas mais apetecíveis, preenchendo os lugares vagos mal a escuridão tomou conta da sala. Desta vez também deu para ouvir choques com cadeiras, tropeções, "ai" e "ui". Valeu a música e o decoro dos bailarinos ... e a concentração no vaporetto, em Dirk Bogarde e no prodígio visual de Visconti (quiçá, um tele-transporte até ao Lido e ao Hôtel des Bains).
Mas do aquela gente precisava, mesmo, sei eu: espectáculo interrompido e ameaças de pancadaria ... como no Condes, quando a miudagem resolvia acompanhar com piropos o filme que passava no écran mais sensacional de Lisboa. Vinha o arrumador com cara de mau e cabelo com brilhantina e zás, tudo calado num ápice.
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