segunda-feira, dezembro 17, 2007

Filmes em revista sumária # 72


Baseado em acontecimentos verídicos (parece que desta vez é mesmo verdade ... até porque, ao que se sabe, o avô do realizador, Elmer Robinson, é a personagem principal), «Lonely Hearts» não merece passar despercebido do público português, especialmente tendo em conta que até estreia com mais de um ano de atraso e está em exibição em muito poucas salas. E não merece isso porque é um belo de um filme policial, algures entre «Bonnie & Clyde» e «Badlands», com aquele toque negro, como um tição (o coração de Martha Beck segue à risca a máxima popular "coração negro como um tição"), que lembra, há que dizê-lo, John Huston, do princípio ao fim.

Enquanto realizador, o nome de Todd Robinson é já, portanto, um nome a reter pelo que fez de «Lonely Hearts»: um filme que tem muito mais para ver do que sexo e balas, a começar por uma direcção de actores exímia, imaculada mesmo (e sabe-se quão difícil é tirar-se verdadeiro partido de Salma Hayek) e quase toda em «close-up». O interesse do espectador mantém-se do princípio e ao fim, e a prova que este filme é mesmo bom é o concluir-se, à saída, que é um filme impróprio para matinés, ou seja, demora a deglutinar, chegando a ser claustrobóbico (veja-se as cenas da personagem de Travolta, na intimidade; ou as dos gabinetes da esquadra de polícia), por momentos. A recriação de época está absolutamente soberba. Uma agradabilíssima surpresa.

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