quinta-feira, março 06, 2008

Filmes em revista sumária # 85


Os manos Coen estão de volta com um filme que é, sem sombra de dúvida, o seu melhor filme desde ... «Blood Simple», ou seja, desde há mais de 20 anos. Os Coen deixaram de lado a chachada cómica em jeito de screwball comedy, mais ou menos espalhafatosa, e o vazio de ideias em circuito fechado, dos seus últimos filmes, e remeteram-se à secura narrativa dos primeiros tempos, à história policial, sem mácula; à secura do deserto, do velho Oeste, do imaginário do enorme Peckinpah. Na verdade, mais de metade de «» está repleto do autor de «The Getaway» ou «Bring me the Head of Alfredo Garcia».

A partir de um 'embrulho' aparentemente simples - uma daquelas historietas policiais, mais ou menos suculentas, de edições de bolso, em que 'ladrão que rouba a ladrão ...' - os manos Coen tiraram da cartola um filme excelente, com um toque metafísico, em que o Mal, personificado num tarado sem escrúpulos, obcecado pela perfeição de fazer mal (numa composição de Bardem que vai muito para além do seu penteado...) e não é vencido, nunca (agruras da vida...).

Artística e tecnicamente bom, ainda tem lugar para um fim abrupto, explicável pela inexplicabilidade do inevitável. Já me esquecia: cheira a «Touch of Evil», de Welles. Mas, tudo pesado, o filme de Paul Thomas Anderson é de outra galáxia, com outra estaleca, e por isso o Óscar é algo injusto, explicável, apenas, pela inevitabilidade dos critérios da Academia estarrm a mudar, por força das circunstâncias.E o dinheiro? Ora, trata-se de um MacGuffin.

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