terça-feira, abril 08, 2008

Filmes em revista sumária # 88


Verdade seja dita que «The Mist», traduzido para «O Nevoeiro», nada tem que ver com o filme homónimo (e insuperável) de Carpenter, tampouco a trama, apesar da confusão entre neblina e nevoeiro que parece ter andado pelas cabeças de quem o traduziu e promoveu. Verdade seja dita, também, que, regra geral, o universo terrífico de Stephen King raras vezes é bem adaptado ao cinema. Pois, desta vez confirma-se a excepção à regra … (confesso: nunca li o referido conto de King): Frank Darabont é um realizador que já merecia maior atenção e desta vez esmerou-se:

O ambiente claustrofóbico de King, pejado de personagens impregnados de mitos e demónios interiores, que se metamorfoseiam em criaturas alienígenas, aqui e ali, que se viram contra aqueles terrestres em estado de medo, quando não, em demência existencial; esse, está todo no filme. Tal é a claustrofobia que só se ouve música de fundo bem perto do fim, quando o filme «cai na real» e a neblina levanta.

Gestão sóbria das situações, a denotar bom gosto nas soluções adoptadas em termos de câmara e encenação. Bons efeitos especiais de som e imagem. Narrativa escorreita. Acção sem pressas. Um bom filme, e uma surpresa para quem for de pé atrás.

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