O que fazem De Niro e Pacino neste filme? Por outras palavras: o que leva De Niro e Pacino a darem os seus nomes, e respectivos talentos, a filmes como este? Amizade com o realizador ou com o produtor? Necessidade de alimentar o ego e provar que estão vivos? Desconhece-se qual a razão, mas se foi para responder à última das perguntas, a verdade é que «A Dupla Face da Lei» terá sido o meio mais sofrível para tal. O filme é claramente medíocre, sobre todos os pontos de vista. Apenas Pacino e De Niro justificam a ida ao cinema; primeiro, porque são de facto dois actores soberbos, dois ícones de toda uma geração, cada um deles com uma resma de filmes capazes de figurar em todo e qualquer Top 10 de ocasião; segundo, porque é a primeira vez que ambos contracenam juntos, em tempo real – já tinham estado no mesmo filme, mas sempre em campos de visão diferentes (no fabuloso «Heat»), e no mesmo filme, mas em tempos de narrativa diferentes (idem, «The Godafther II»). O resto é zero, e é uma pena que assim seja, mas o certo é que dado o passado recente do realizador, Jon Avnet, o resultado era previsível. Que façam outro filme juntos, s.f.f., se possível com Coppola, Scorsese, Michael Mann ou Lumet, qualquer um deles serve.