Filmes em revista sumária # 128
O cinema de Buzz Luhrman tem destas coisas: homenagem sentida aos grandes clássicos, qualquer coisa que brota do coração, de empolgante mesmo. O problema é que cheira a falso. E cheira a falso porque os dramas que escolhe são dramas de um cinema de outra era, de um cinema que não volta mais e que não joga com o mundo de hoje, nem com os actores de hoje, nem com a plateia de hoje. E desse problema sofre «Austrália». E quanto mais Luhrman carrega no acelerador, ou constrói cenários grandiosamente concebidos no computador, mesmo que com requintes episódicos de bom gosto (como naquelas cenas no cais de Darwin, por exemplo), a coisa descamba em pirosa tal a sofreguidão de mostrar obra (fotografia deslumbrante, música empolgante, história de amor arrebatadora, multidões de figurantes, etc.). É pena, mas é assim mesmo.
No caso presente, é bonito de ver a homenagem ao «Feiticeiro de Oz», a «África Minha» e a «Mogambo», ao cowboy Eastwood, etc. Mas, espremido, este «Austrália» pouco mais é do que motivo para fã da Kidman (em que me incluo) verificar que aquele botox no lábio superior era desnecessário. Mesmo assim, claro, Kidman vale o bilhete inteirinho.
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