Filmes em revista sumária # 138
Paul Schrader está de volta e com ele o seu comprovado bom gosto, visualmente falando. Nesse aspecto, «Adam Resurrected» não foge à regra, sendo que desta vez parece ser a sublimação do décor e da artificialidade, o que se revela um contra-senso na medida em que este filme é talvez o que de todos os da autoria de Schrader tenha uma maior base e conforto literários. O filme é de facto muito bonito, altamente alegórico, e tem uma interpretação espantosa de Jeff Goldblum, num palhaço judeu que para se salvar a si e aos seus se deixa transformar no pet do comandante de um campo de concentração, perseguindo-se a si próprio desde então, num misto de consciência pesada e complexo pavloviano, sofrendo na carne os seus pecados, de que só se redime quando a providência lhe propicia um ‘filho’.
Os períodos a preto e branco, com ligeiros movimentos de câmara e um também espantoso Dafoe, são de longe muitíssimos melhores do que a rotina psiquiátrica, e cheia de clichés, da clínica/centro de investigação/campo de concentração do deserto israelita.
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