Filmes em revista sumária # 214
Polanski está de volta, não pelas piores razões ultimamente extraditadas, desde a Suíça, mas por motivos cinematográficos que é o que por aqui interessa. Fá-lo com um filme soberbo de intriga internacional chamado «O Escritor Fantasma». Um filme soberbo na capacidade demonstrada em criar uma atmosfera conspirativa e na fluidez e eficácia da narrativa, alicerçada numa montagem sem cortes (aparentes) e numa fotografia monocromática portentosa. Um prazer especialmente notório nas sequências junto à praia, a fazerem lembrar os melhores filmes em que o polaco emanava claustrofobia por todos os planos, mas também os tempos da fase polaca de «Faca na Água». Depois, o filme deambula pela sofisticação dos ambientes, aliado a volte-faces ao nível de um «Chinatown». Soberbo, ainda, na direcção de actores, superlativa, mais a mais em actores de quem não se esperaria semelhante performance (McGregor, Brosnan, Kim Cattrall, Olivia Williams).
Mas soberbo com a excepção de um detalhe, oportunístico mas perfeitamente aceitável porque actual: a diabolização de um político (está na cara que é Blair), alinhado na luta americana anti-terrorista não olhando a meios, mais a mais, e ficcionalmente, casado com uma agente da CIA, essa agência diabolizadora para tutti quanti.
2 Comentários:
não consigo gostar do pierce brosnan, nem aqui...
Mais ou menos. O melhor papel dele foi em «O Quarto Protocolo», em que fazia de agente soviete. Volte sempre. Obrg.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial