terça-feira, novembro 22, 2011

Filmes em revista sumária #303


«La Piel que Habito» é um filme extraordinário, superlativo, mesmo, e a todos os níveis. Um filme a modos que um produto gourmet da “marca” Almodóvar, mas fortemente influenciado na excelência obsessiva de Cronenberg e Buñuel, por exemplo. Thriller psicológico, macabro desdobramento de personalidade(s), hermafroditismo em estado latente, prisão de segurança do próprio “eu”, piscadelas de olho ao bom e velhinho cinema de terror (paredes-meias com o da ficção científica, claro); e enredo, encenação e deslumbramento visual como que em permanente benchmarking pelo território dos realizadores de «Dead Ringers» e «Angel Exterminador».

Uma direcção de actores sem mácula (Almodóvar, por supuesto) e uma banda sonora a exigir compra imediata pelo mais mouco dos espectadores, complementam um filme tão bom quanto inclassificável, em que bastariam os contornos e o pilates de Vera, a lembrarem Irma Vep, ou as cenas que se passam naquela memorável boutique para que este filme fosse já um dos melhores do ano. Bienvenido sea, Pedro Almodóvar!

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