Porque gosto do Mudo?
Há quem se interrogue "por que carga de água este tipo se interessa pelo cinema mudo, quando ninguém quer saber daqueles exageros mímicos, cheios de pó de arroz e sombras nos olhos, e daqueles cenários de cartão para nada, mesmo nada?!". Pois têm toda a razão. Mas a minha razão é tão só esta:
Devo-o quase em exclusividade à minha Avó materna, que me contava as suas aventuras enquanto menina e moça, no cinema dos Algarves, escapulindo-se para detrás da tela (era a única forma de ver filmes por ser menor de idade), usando um espelho para ler as legendas dos intertítulos. E de como gostava dos dramalhões italianos de Pastrone & Cia., ou das aventuras da Pearl White, em folhetins, que terminavam com ela na iminência de ser atropelada por um comboio, ou caindo de uma ribanceira; enfim, coisas dos anos loucos. Do Sheik de Valentino. Da Negri fazendo de gata das montanhas.
Mais tarde vi o programinha de Lopes Ribeiro, com aqueles intermináveis sketches de Charlot, Pamplinas, Bucha & Estica, mas também de coisas mais sérias como as coisas de George Pallu, por exemplo. De seguida, o Cine-Clube da RTP2, que nunca mais foi igual (enfim, era o tempo do verdadeiro serviço público, sem necessidade de se auto-propagandear). Mais tarde conheci Lon Chaney, Fairbanks, Valentino, Clarence Brown, Helm, Seaström, Murnau, L'Herbier, Lubitsch, Stroheim, Lang e tantos outros. Conheci-os na Cinemateca, no VHS e nos fora por aí fora. Em livros e fotos. E foi assim que tudo começou e nunca mais há-de parar... Apaixonei-me pela sua plástica, por aquele silêncio que puxa à imaginação, por aquele véu de conto de fadas que tudo envolve, ou quase tudo.
Devo-o quase em exclusividade à minha Avó materna, que me contava as suas aventuras enquanto menina e moça, no cinema dos Algarves, escapulindo-se para detrás da tela (era a única forma de ver filmes por ser menor de idade), usando um espelho para ler as legendas dos intertítulos. E de como gostava dos dramalhões italianos de Pastrone & Cia., ou das aventuras da Pearl White, em folhetins, que terminavam com ela na iminência de ser atropelada por um comboio, ou caindo de uma ribanceira; enfim, coisas dos anos loucos. Do Sheik de Valentino. Da Negri fazendo de gata das montanhas.
Mais tarde vi o programinha de Lopes Ribeiro, com aqueles intermináveis sketches de Charlot, Pamplinas, Bucha & Estica, mas também de coisas mais sérias como as coisas de George Pallu, por exemplo. De seguida, o Cine-Clube da RTP2, que nunca mais foi igual (enfim, era o tempo do verdadeiro serviço público, sem necessidade de se auto-propagandear). Mais tarde conheci Lon Chaney, Fairbanks, Valentino, Clarence Brown, Helm, Seaström, Murnau, L'Herbier, Lubitsch, Stroheim, Lang e tantos outros. Conheci-os na Cinemateca, no VHS e nos fora por aí fora. Em livros e fotos. E foi assim que tudo começou e nunca mais há-de parar... Apaixonei-me pela sua plástica, por aquele silêncio que puxa à imaginação, por aquele véu de conto de fadas que tudo envolve, ou quase tudo.
2 Comentários:
Estamos de acordo! magic, simply magic........
Tuda uma declaraçâo de intençôes que mesmo conseguíu que este decadente e distante aristócrata germánico levantase a celha em sinal de surpresa e mesmo aprobaçâo.
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