sexta-feira, janeiro 13, 2006

Consciência pesada ou oca?

Intrigante e inteligente filme, este «Caché»; mais um filme de enredo brilhante na lista já farta de obras do austríaco Michael Haneke. E é-o desde o genérico inicial, inscrito como registo computorizado de relatório confidencial.

A partir daí é dado o mote para uma magnífica parábola, que uns verão como alusiva à violação da privacidade por via da instalação de video-vigilância; outros verão como o olho invisível da nossa própria consciência, ou até de Deus. Outros, ainda, mais terra-a-terra, acharão que tudo não passou de chantagem emocional.

Eu, por mim, acho que metade do filme é talento de Auteuil (a quem acho o melhor actor francês da actualidade, entre um que vai envelhecendo, Michel Serrault, e um outro que vai crescendo, Benoit Magimel) e Binoche, que nos dão um festival de interpretação. A outra metade é o argumento, de uma precisão cirúrgica, direitinho à memória RAM de todo e qualquer espectador. Mas também acho que não era caso para tanto...

2 Comentários:

Blogger Daniel Pereira disse...

Há ali no final um certo tique de autor que não me caiu muito bem. Não há nada de confuso no filme, mas parece que o Haneke quer que haja. Assim, há ali uma intensidade que nunca se concretiza...o que também pode ser um elogio...eu já não sei...

8:27 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

Talvez seja isso, mas o filme está muito bem feito e é muito «interessante», no bom sentido do termo...

12:54 da manhã  

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