terça-feira, janeiro 24, 2006

Quando a verdade mente

É quase sempre um prazer ver-se um filme de Atom Egoyan, apesar dos seus filmes estrearem por cá quando calha, sem qualquer tipo de critério. Desta vez calhou-nos em sorte «Where the Truth Lies», que se pode traduzir por «Onde a Verdade Reside», mas também por «Onde a Verdade Mente», título muito mais apropriado já que mais enigmático, desafiante, sugestivo e motivador, como todo o filme que se preze como sendo deste egípcio-canadiano. Mesmo que desta vez o resultado final não seja o esperado.

De facto, do que se trata aqui é, de certa forma, uma colagem aos policiais de antanho, onde imediatamente nos salta à memória esse exercício fabuloso que é «Chinatown», de Polanski. O desenvolvimento do filme faz-se praticamente da mesma maneira: narrador, caso escabroso, investigação, esqueletos do baú, envolvimento entre personagens que não se deviam envolver, locais, culpado saído da cartola, etc. Contudo, Egoyan incute-lhe um traço à Lynch e conta com dois actores verdadeiramente notáveis: Kevin Bacon e Colin Firth, em duas composições brilhantes. E embrulha-nos tudo com um banda sonora verdadeiramente assombrosa. Mas chegará?

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