Haverá alguém que ainda rode um filme sobre corridas de caricas?
Bons tempos em que o mundo era gigante, e eu virava Jackie Stewart, Peter Revson ou Niki Lauda sem ter que destruir qualquer miniatura da Gorgi. De cócoras, sem sentir cãibras, nem me importando com os dedos sujos, buscava na esplanada caricas em bom estado, lisinhas (se não estivessem, ali mesmo as limava de encontro ao lancil do passeio mais próximo) e acabadinhas de saltar do gargalo de uma gasosa, de uma Laranjina-C, de uma Canada Dry. E depois procurava rolhinhas de plástico, saídas de algum Magus ou similar. E encaixava-as nas caricas: o bólide estava pronto. Depois? Eram os bancos corridos das esplanadas do Hotel das Arcadas, do Estoril, circuitos de mil provas de F1, entre amigos que nunca mais vi, e esqueci os nomes, da maioria, pelo menos. E no Verão, era a areia da praia mais perto: pegava-se nas cadeiras de madeira, perdidas por debaixo do toldo, virava-se-las de pernas para o ar e, com as costas, desenhava-se a pista na areia semi-dura, feita de rectas e curvas, túneis e muito relevée.
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