sexta-feira, março 24, 2006

«O Mundo», ou a Pequim de um novo mundo

Do autor de «A Plataforma», Jia Zhang-ke, este «Mundo» é uma bela e dramática história de amor, passada na Pequim da actualidade, mas pautada pela presença tutelar do já enterrado Grande Timoneiro; história de amor passada entre dois jovens funcionários de um parque temático de Pequim - uma espécie de Disneylândia para adultos, que possibilita aos visitantes viajarem pelo mundo inteiro sem nunca sairem de Pequim (como chega a dizer a personagem central, Tao), ou seja, permite fazer um circuito cultural por entre os mais variados pontos do globo terrestre, do Taj Mahal à Torre Eiffel, num perímetro de poucas centenas de metros.

É um filme bonito, prenhe de saudade de uma China que já não volta (será um bem? será um mal?), em que o elemento onírico é a fuga da realidade do quotidiano urbano da Pequim dos nossos dias (de que os espectáculos feéricos de desfiles e coreografias temáticas são exemplo maior), tentanto penetrar desenfreadamente algures no desenvolvimento industrial e tecnológico de Taiwan, Coreia do Sul, Hong Kong e Japão. Trata-se também de um filme muito bem realizado em termos técnicos, que não fica nada a dever aos dos grandes vultos do cinema chinês contemporâneo.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial