terça-feira, julho 11, 2006

Cara-metade

Filmar o simples de forma complicada, ou filmar o complicado de forma simples? Chega-se ao fim de «Me and You and Everyone We Know» e fica-se à espera de mais. À espera que aquele casal, unido à força do acaso por causa de uns sapatos cor-de-rosa, seja feliz, e que a menina obcecada com o seu enxoval de electro-domésticoss, e o par de irmãos viciados em chat, possam ouvir o canto do tentilhão desenhado naquele quadro bera, que da parede suja da sala aterra no ramo de uma árvore, seu habitat natural.

À procura de um habitat, parece ser este o lema deste filme francamente indie, de uma inspirada Miranda July e galardoado numa série de festivais, pelo mundo fora. Galardoado um tanto com exagero, talvez porque face ao deserto de ideias, meios e produtos finais que vai perpassando pelo cinema norte-americano, ver-se um filme como este, tanto real como onírico, tanto frustrado como optimista (por contraponto aos filmes de V. Gallo, por ex.), é um autêntico oásis que urge premiar. A sequência inicial, da aventura trágica do golden fish, é a melhor do filme, e uma lufada de ar fresco face aos filmes que por aí há.

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