Filmes em revista sumária # 42
Em «Diário de um Escândalo» há muito mais que um duelo entre duas actrizes de se lhes tirar o chapéu, Judi Dench e Cate Blanchett, de duas gerações diferentes, dirigidas ao milímetro pelo autor de «Iris», Richard Eyre. Há um argumento poderosíssimo que escalpeliza ao pormenor mais sádico a mente perversa de uma rígida e solteirona professorinha de história, com rabos de palha, que se dá mal quando resolve manipular obsessivamente a vida atribulada de uma colega, da disciplina de Artes (e que mais poderia ser?), motivo de desestabilização de toda uma escola dos subúrbios londrinos, de alunos a corpo docente.
Dench está soberba (como quase sempre) na sua personagem egocêntrica, que mata tudo à sua volta, perita na arte de dizer mal e «amiga da onça». E Blanchett, «leve e fresca como a bruma» ... como diria Vinicius, perdida entre duas gerações, dois tempos de vida: uma presa fácil para uma predadora corruptora atenta. Portanto, nomeações aos Óscares completamente merecidas, as destas gloriosas actrizes, e as de argumento adaptado (Patrick Marber ... autor de outro ensaio poderoso, «Closer») e banda sonora (Philip Glass), que se vai tornando claustróbica à medida que o tempo passa. A narração ajuda imenso. Um filme a descobrir!
2 Comentários:
duas poderosas interpretações, sem dúvida.
só um pequeno reparo de gralha: o autor de closer chama-se patrick marber, não barber.
o ano passado chegou-nos outro filme com argumento seu, asylum/a casa da loucura, que também vale sobretudo pela interpretação (feminina), com uma prestação imensa natasha richardson.
Obrigado pela dica, irei corrigir. Cumps.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial