Entre o mistral e a lavanda #7
Naquela imensidão de planície e água (a fazer lembrar o sapal de Castro Marim!) convivem touros, cavalos selvagens, flamingos e demais passarada. Mas também gigantescos cones (mais parecem pirâmides) de sal, sobre infinitos lagos rosados. Lá ao fundo, a os cerca de 1.640m de muralhas e torreões, que São Luís resolveu mandar erguer, e bem, digo eu, que gostei do que vi, para que a Aigues Mortes pusesse a Camargue no mapa, que, é como quem diz, se tornasse o principal porto mediterrânico da Europa.
Lá dentro é uma matriz perfeitamente geométrica de perpendiculares a fazerem inveja aos arquitectos e engenheiros da Lisboa e da Vila Real de Santo António, do Marquês de Pombal. Lojas e ateliers. Plátanos, imensos plátanos. Pequenos hotéis com pátio interior, muito verde e muito cheiro a mofo, como covém nestas coisas. Esplanadas até as há para comedores de ostras, só de ostras. Aos automóveis, é reservado o direito de admissão.
E no horizonte, mirado desde a mais formosa das torres, pareceu-me ver Raimu, perdão, o burlesco do Tartarin, de Daudet, calcule-se, acenando-nos desde o velho moínho de vento do seu autor, em Fontvieille.
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