O problema em «Host», do coreano Bong Joon-ho, é que há muito boa gente que quer levá-lo a sério (em especial ao argumento, monstro incluído), esquecendo, parece-me, que o filme é uma «charge», designadamente aos tempos que correm, e não um filme herdeiro de «Alien» ou «Jaws», como por erro deliberado, creio, é escrito no cartaz promocional. Visto o filme por esse prisma, é caso para dizer que estamos perante um filme bem apanhado, com inúmeras críticas corrosivas à demência dos norte-americanos, ao nacional-seguidismo dos coreanos em relação ao Tio Sam, aos filmes de terror, à lamechice séria dos coreanos, aos excessos de representação dos actores orientais, à banda desenhada de pacotilha, etc., etc. Isso, uma acção desenvolta e algumas sequências bem montadas, em especial as passadas na «despensa» do monstrengo com os pequenos reféns, fazem de «Host» um filmezito agradável, a lembrar a série-B dos velhos tempos de Corman e Cia.