Entre o mistral e a lavanda #6
Foi o cabo dos trabalhos para se chegar a Grignan. Não que tivessemos bebido ou degustado qualquer dos excelentes vinhos dos domaines que por ali há, às centenas; nada disso. Nem que o vento mistral nos tivesse empurrado para o cimo do Monte Ventoux. Nem sequer, algum desnorte provocado por exacerbada exitação do palato por dose extra de gelado de lavanda.
Ou que tenhamos estado entretidos de cana na mão, pescando truta num qualquer riacho de Vaucluse, ou num daqueles charcos pré-marcados em que a matança é uma constante, não senhor.
Muito menos ficámos quedos, presos à cadeira, ouvindo a voz de Fernandel, saídinho de filme de Pagnol.
O que se passou foi que nos perdemos, literalmente. Mapas vários, informações desconexas, estradas em obras; desvios, enfim. O puzzle que fizemos estava completamente mal feito e demos por nós a bater com o nariz na porta do castelo da Mme. de Sévigné, perdão, da filha, Mme. de Grignan. Paciência, que as vistas de fora são sublimes. A vila é pacata, feita em volta do castelo. Mas o que mais espanta é aquele imenso campo plantado de lavanda, lá do lado oeste. Para a foto da praxe foram precisas duas violações do código da estrada e uma invasão de propriedade alheia, mas valeu a pena. Pelo menos, reparei que lá em cima, no larguinho da vila, a estátua da Sévigné sorria.
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