Filmes em revista sumária # 105
A melhor coisa que se pode dizer de «O Orfanato» é que a povoção de Llanes (situada no Cantábrico) é já referência cinéfila de meio-mundo, graças não só à bela casa assombrada, objecto destas filmagens e à extraordinária paisagem que a circunda, como às mil e uma iniciativas culturais que a zona oferece de tempos a esta parte – e como os espanhóis conseguem criar e inventar pólos culturais!
Cinematograficamente falando, o filme de Juan Antonio Bayona é mais de uma de muitas incursões pelo tema da ‘casa assombrada’, povoada de fantasmas e de meninos dos mundos de cá e de lá, rechaçados para lá por malfeitorias de cá, etc., etc. Só que desta vez a coisa está bem feita, conta com uma excelente interpretação de Belén Rueda e não cede ao facilitismo piroso do final feliz. O ‘clima’ de toda a trama está muito bem manipulado – talvez graças ao toque de Del Toro - criando, por vezes, horror de cortar a respiração, sem dó nem piedade, e surpreendendo o espectador mais incauto, que julga que o cinema espanhol é o cinema português (toda e qualquer comparação com o filme similar feito aqui há poucos meses, é pura coincidência).
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