Filmes em revista sumária # 152
É natural que «All the Boys Love Mandy Lane», mas o filme devia ser muito mais que isso, e não fora o poderosíssimo twist final, e ficaríamos por um filme meio falhado: muito bem realizado (talvez “colado” em demasia à imagem de Tarantino, talvez), sobretudo a nível da gestão de tensões, no cromatismo das imagens e no posicionamento da câmara (sem nunca arredar pé dos melhores planos e ângulos); mas que se perde por diversas vezes em diálogos obtusos, recheados de palavrões em “onda choque”, arrastando-se por demais em clichés de circunstância, típicos de tantos e redundantes filmes de terror envolvendo adolescentes.
O argumento anda aos solavancos continuamente e perde-se, aqui e ali, em pormenores sem importância que não a imagem (e que imagens, as de Darren Genet), dando atenção a variadíssimos episódios desconexos (por ex. o salto mortal para a piscina, o jogo da verdade, a corrida na pista de atletismo) que se revelam improdutivos. E quando o “mau da fita” nos é revelado, a coisa quase que morre.
No entanto, os últimos 10-15 minutos são todo um mini mas portentoso pedaço de cinema de terror a oscilar entre Romero e Carpenter e aquelas pequenas pérolas dos saudosos série-B, com cenas surpreendentes e delirantemente trash (de antologia é a cenas do duelo de “amor” na imundície da vala onde se encontra o gado abatido), e outras em que fica a sugestão (as carícias de Mandy a Chloe, a alegoria da cobra). Há que continuar a acompanhar o realizador Jonathan Levine, e, claro, Amber Head, seja ou não seja por via dos filmes de terror…
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