Filmes em revista sumária # 211
A propósito da solidão obsessiva ou do frenesi maníaco-depressivo pela fuga , a verdade é que é impossível ficar-se indiferente a este belíssimo e sufocante filme da holandesa Urszula Antoniak, onde o cabelo ruivo da obstinada protagonista, Lotte Verbeek (outra holandesa), se confunde com os matizes do campo irlandês por terras do esquálido irlandês Stephen Rea.
Neste filme não há lugar para intimidades ou moralismos: «Nothing Personal» é um filme 100% terra a terra, feito literalmente de turfa e de algas em decomposição; pão pão, queijo queijo, ainda que acompanhado de bom marisco, regado a bom vinho e boa ópera, onde os capítulos primorosamente fotografados que se vão sucedendo são eles próprios negações do que devia acontecer e não acontece porque isso implicaria a subversão do “sistema”, que é como quem diz daria direito a multa sob a forma de canção improvisada.
No final, contudo, o que fica é uma tremenda declaração de amor mútuo plasmada na nudez de Lotte sobre aquele lençol branco imaculando Rea.
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