terça-feira, agosto 20, 2013

Filmes em revista sumária #409


«O Mascarilha» (Lone Ranger no original e ‘Zorro’ nos belíssimos fascículos ilustrados da saudosa editora brasileira EBAL, que ali estão na prateleira…) é um prodigioso filme de aventuras e obrigatório neste Verão, não fosse ele obra e graça (e tem-na com fartura) do realizador Gore Verbinksi (imbatível neste tipo de filme desde os seus piratas das Caraíbas), do produtor Jerry Bruckheimer (há alguma acção bem feita que não o tenha por detrás do grande ou do pequeno écran?) e do compositor Hans Zimmer (idem), pois então, trio este completado pelo actor inigualável que dá pelo nome de Johnny Depp, o rei dos mascarados, aliás.

A aventura é intrépida e ininterrupta, como é obrigatório, o humor corre à velocidade da bala e até há lugar à homenagem ao imortal «Aconteceu no Oeste», com cenas decalcadas do épico de Leone, como a da família em casa, com o poço e o esvoaçar das aves, aqueloutra da estação com o depósito de água, ou a do travelling ao longo do campo de visão acompanhando a montagem dos carris de ferro, com muitos figurantes. Tal qual se reconhece facilmente o velho e celebérrimo acorde de Morricone no tema principal de Zimmer. Há planícies e desertos com fartura, cidades do velho Oeste, em cenários naturais e de cartão, com efeitos especialíssimos da Industrial, Light & Magic, obviamente. Há índios e soldados da 7ª e, claro, vilões capazes de tudo por uma onça de prata.

A história aos quadradinhos é cruzada com uma outra da autoria dos autores do filme, supõe-se, em que o Lone Ranger é desajeitado e pouco dado a carregar no gatilho, faz inúmeras gaffes e dá de bandeja ao seu parceiro Tonto as ‘despesas de manutenção’ do filme. Nesta mistura de narrativas, este último, que é figurante numa feira de diversões dos anos 30, conta as aventuras de si próprio e do seu parceiro a um pequeno mascarado a rigor e daqui se parte para a Aventura.

Saldo final: Depp, perdão, Tonto - que tem um visual digno da galeria gótica de Tim Burton – e o seu corvo metem todo o filme no bolso do primeiro ao último fotograma em que entram. Tudo aponta para uma Parte II. Oxalá.


In O Diabo (20.8.2013)

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