Filmes em revista sumária #433
Parafraseando pessoa amiga: «A Vida Secreta de Walter Mitty» é um filme muito bonito, especialmente porque a Islândia nunca antes houvera sido filmada assim e porque tem uma mensagem igualmente… bonita. Assim seja (é-o de facto) mais a mais dado o tempo festivo de viragem de ano em que nos encontramos, que se deseja feliz e minimamente optimista. Mas que falta qualquer coisa a este filme ‘fétiche’ da família Goldwin (Samuel, pai, produziu a primeira versão de Norman Z. McLeod, com Danny Kaye, em 1947), que esteve para ser protagonizado/realizado por aquele e aqueloutro para no final o ser, cumulativamente, por Ben Stiller, lá isso falta, não haja dúvidas, e talvez o essencial, mesmo: garra.
Stiller não é McLeod, muito menos Preston Sturges ou Capra, pelo que paisagens idílicas à parte e descontadas as fabulosas e inolvidáveis capas e reportagens fotográficas da Life Magazine (célebre revista de actualidades, tragicamente sentenciada à morte no último quarto do século XX nunca se percebeu muito bem porquê…), que se vão sucedendo em peripécias bem imaginadas por Stiller, aliás, falta muito para que este filme de aventuras fantásticas, vividas na primeira pessoa por um simples funcionário do departamento de negativos, que por causa do amor as deixa de sonhar acordado, seja de facto um filme inolvidável (e não o é).
No cômputo final, deste Walter Mitty ficam algumas cenas bem ‘pintadas’ (Instagram?) em cenários reais de assombro, umas (as da viagem em skate e da erupção vulcânica, por exemplo); de apurado sentido cénico (e humorístico, claro, ex. a ‘charge’ a Benjamim Button), outras; e o grande final (feliz) da última capa da Life (a lembrar Chaplin) seguida de imediato pelo entrelaçar das mãos. Sejamos optimistas, pois então!
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