segunda-feira, dezembro 23, 2013

Filmes em revista sumária #431


«Casablanca» está de volta aos cinemas!

Sim, é verdade, está de volta aquele filme já muito velho, com setenta anos, filmado ainda a preto e branco, que até já foi colorizado, passado, basicamente, num café de Marrocos, durante uma tal de 2ª Guerra Mundial, em que as personagens passam a vida a fumar, a beber e a jogar, e os protagonistas a chorar sempre que ouvem um pianista negro tocar e cantar «As Time Goes By», que acaba com o chefão dos nazis morto a tiro e o herói da resistência a voar para Lisboa, para chefiar a luta pela Liberdade, e que as televisões gostavam de emitir ‘ad nauseam’.

Ironias à parte, o imortal filme, de Curtis e com Bogie e a Bergman, está de volta e graças a um punhado de entusiastas dos velhos clássicos (acham, e bem, que os filmes do ‘antigamente’ são para serem vistos no cinema), no âmbito de uma parceria (privada para uso do público) em boa hora desenvolvida pela Columbia TriStar Warner e os cinemas UCI EL Corte Inglés, passe a publicidade.

Demos graças a isso e voltemos por 100 minutos àquele ‘casbah’ inesquecível e àqueles actores impressionantes: às expressões e à voz de Bogart (e que actor gigante ele se torna no grande ‘écran’!) e aos olhos da radiosa Ingrid Bergman, mas também àquela superlativa galeria de secundários, encabeçada pelo insinuante Rains, o chacal Veidt, o corrupto bonacheirão Greenstreet e o traiçoeiro Lorre, mais outros tantos talentos em pequenos papéis impagáveis (o criado, o ‘barman’, o ‘croupier’, o carteirista, o casal de turistas na esplanada, o par de velhos emigrantes alemães).

Celebre-se, pois, enquanto dura, o regresso daquele que pode não ser, e não é, o mais perfeito dos filmes, mas que é forçosamente um dos mais belos filmes de sempre, quiçá, mesmo, o filme que resume em hora e meia e em apenas numa palavra tudo quanto é Cinema: romance!


In O Diabo (23.12.2013)

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