quinta-feira, novembro 17, 2016

Filmes em revista sumária #550


«Sozinhos em Berlim» começa bastante bem, com a sequência da morte do filho do casal Quangel, na Frente, a introdução das personagens e o despoletar da revolta silenciosa dos pais, que por via da escrita e distribuição direcionada de postais-denúncia vão tentando minar o sistema/regime apelando à desobediência de cada qual, num raio de acção cada vez maior pela cidade, deixando-os aqui e acolá de preferência perto de funcionários da administração pública, serviços e afins. Um dia a coisa dá para o torto e o final da história depressa se adivinha. O filme depressa vira pastelão e Vicent Perez, o seu “realizador”, parece confundir reconstituição histórica com pintalguice pirosa, deixando, inclusivamente, cenas completamente desconexas, umas, pessimamente encenadas, outras. Os poucos louros de «Sozinhos em Berlim» residem em Emma Thompson (sempre fantástica) e em Brendan Gleeson, primando este num espantoso underacting, pouco consentâneo com a sua imagem habitual de “elefante em loja de porcelana”. Melhor cena? A de Gleeson esculpindo na madeira o rosto do filho desaparecido em combate. Resumindo: uma bela história que merecia outro filme.

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