quarta-feira, novembro 16, 2005

O prazer de ver bom cinema português

Deixem-me que vos diga o prazer que senti ao ver «Alice», filme que apesar de padecer, aqui e ali, dos sintomas da doença crónica que costuma minar o nosso cinema (ex. mau som a exigir legendagem - especialmente quando as personagens falam -, alguns maus desempenhos dos actores - neste caso alguns dos secundários: a empregada que fala com Nuno Lopes, no cimo do edífício defronte à gare do Rossio, o amigo da rave, por exemplo -, etc.)fez acabar com a minhe abstinência em ir ver filmes, de quase 15 anos.

A razão é óbvia: detesto a cadência monocórdica de Oliveira e afins, quase tanto como os policiais de pechisbeque para inglês ver, que os nossos costumam fazer só para dizerem que têm público.

Será «Alice» um caso isolado? Repetir-se-ão num futuro próximo magníficos enredos como o de «Alice»? Haverá mais realizadores por aí a monte, como Marco Martins? Mais Nuno Lopes (onde estava este fabuloso actor?) e Batardas? Voltará Lisboa a ser filmada neste tom quase monocromático, neste registo tão dramático? Será «Alice» um sinal de mudança, finalmente?

Não sei. Só sei que resisti meses a fio, antes que me decidisse a ver «Alice». E ainda bem que o fui ver. Ainda bem que cedi aos argumentos de muitos de vós.

P.S.- Quanto aos porquês da observação "Mas, sinceramente!" de outro post, percebo-a perfeitamente. Queríamos outro final, mas só pode ser aquele. Caso contrário, o filme teria sido um logro.

3 Comentários:

Blogger Daniel Pereira disse...

Essa dos 15 anos sem ver cinema português é de valor, também tenho alguma dificuldade com ele (embora tenha ficado parvo, não pela qualidade mas pela forma, com "Crónica dos Bons Malandros" que vi há dias...de certeza que é português?). E o que eu percebo esse "Mas, sinceramente"...

10:07 da manhã  
Anonymous Anónimo disse...

MEIN GOTT!!

Este Conde germánico nâo acredita que você, um "dilettante" lisboeta, finalmente acredite que mesmo há vida além de Oliveira ou ainda de Herr Monteiro... bom, sâo mesmo boas notícias que o cinema portugués deixe á beira esa tendéncia tendenciosa sobre o cinema pseudo-existencialista i grandemente exagerado.

2:51 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

Daniel,

Quinze! Mas agora já tenho curiosidade em ver o "Delfim", se bem que não tenha gostado por aí além da "Crónica dos Bons Malandros", mesmo tendo-a visto no Quarteto de outros tempos... mas depois, vejo aquele "trailer" do filme (?) com o Infante, que vem aí, e fico a pensar se "Alice" não será mesmo a excepção que confirma a regra;-)

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Herr Ferdinand,

Existe, sim, eu não sabia, mas existe! Por quanto tempo? Por onde mais? Não sei.

1:34 da manhã  

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